quinta-feira, 4 de março de 2010

PRIMEIRO QUERIAM OUVI-LOS AGORA QUEREM ESCONDÊ-LOS

Não deixa de ser engraçado ouvir, por aí, alguns comentários ou ler alguns escritos de estrénuos defensores da transparência, da liberdade de informação e do escrutínio permanente e incisivo dos políticos que agora, perante o degradante espectáculo dado por alguns dos seus heróis - jornalistas, empresários, gestores, etc. -, na audição sobre liberdade de expressão, que decorre na Comissão de Ética da Assembleia da República, começarem, de mansinho, a dizer que as audições não deviam ser transmitidas em directo pela televisão, que o espectáculo é deprimente, enfim, que era melhor fazer tudo pela calada...

Muitos do que dizem isto aplaudiram, durante anos, os monólogos dos seus improváveis heróis e deliciaram-se com o ódio que estes iam bolsando. Para eles os únicos susceptíveis de escrutínio e critica, critica azeda, eram os políticos, esses sim uns verdadeiros malandros.

Aliás também são alguns destes que, por aqui, vão dizendo que foi uma medida acertada proibir os jornalistas de assistirem à reuniões da Câmara e que o Dr. Carlos Encarnação fez muito bem.

Que pena não se terem lembrado desta boa e salutar medida durante trinta anos em que não só sabiam o que se passava e as suas razões como se "divertiam" semanalmente com aqueles à partes do "Postigo".

É fantástico como muda o ângulo de visão quando nos toca ou àqueles que veneramos.

1 comentário:

  1. Será que a transmissão pública e directa do que se passa em algumas comissões de inquéritos parlamentares, prejudica o seu efectivo trabalho, por tudo ser transmitido em directo? Não me parece, pelo que o argumento utilizado na altura de que as reuniões do Conselho de Ministros também eram vedadas aos jornalistas não me pareceu grande argumento para impedir os jornalistas de assistir às reuniões do executivo camarário.
    José Soares

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