Os
Encontros Mágicos são um exemplo paradigmático do triunfo de um evento que conseguiu
impor-se na cidade real e na cidade oculta das tricas político-partidárias.
Estão por isso de parabéns!
Vivendo
na esperança de que todos os dias aconteça algo de mágico nas nossas vidas sabe
bem tropeçarmos, por aí, nos truques que intrigam sem traumatizar e que semeiam
sorrisos e admiração.
Claro
que o grande sonho de qualquer conimbricense era que a sua cidade fosse um
lugar mágico, onde quem chegava se confrontava com belas entradas, perfumadas
por flores e com informação útil e apelativa.
Para
muitos a magia estaria em excelentes infraestruturas, bons transportes públicos
estacionamentos estratégicos. Quantos não lamentam que, contrariamente à
resiliência dos Encontros Mágicos, o sistema “Ecovia” não tenha tido igual
sucesso e em vez de ter sido assassinado não tenha sido aperfeiçoado.
E,
para tantos, que procuram a magia da ciência médica a cidade seria mágica se
conseguisse encontrar, na envolvente dos estabelecimentos de saúde, boas
soluções de mobilidade e de estacionamento.
Alguns,
acreditariam que a cidade era mágica se tivesse conhecimento atempado do
relatório sobre as inundações do inverno passado e já estivesse preparada para
a ameaça de novas inundações.
Tantos
haveria que se deslumbrariam com a magia de uma cidade que sabendo preservar o
seu património monumental estaria a acautelar os efeitos perversos de um
turismo de massas que faz nascer a cada dia lojas de recuerdos e que tende a
causar efeitos de preocupante degradação na sua joia da coroa, que é a
Biblioteca Joanina.
Ainda
haveria quem apreciasse a magia de uma cidade com arrojadas instalações de arte
urbana e com uma Feira Popular digna e apelativa, inspirando-se, por exemplo no
pioneiro Parque Tivoli.
E,
na mágica cidade de Coimbra, que tantos idealizam a seu modo, haveria um
metropolitano ligeiro de superfície, não só a melhorar a mobilidade mas também
a determinar uma indispensável renovação urbana da Baixa.
Também
seria mágica uma cidade que fosse capaz de aproveitar algum do saber dos seus
seniores e a capacidade das empresas das novas tecnologias - spin-offs com
origem na nossa Universidade -, que vão afirmando-se a nível global, numa
dimensão empresarial como Coimbra nunca teve.
(Artigo
publicado na edição de 22 de setembro, do Diário de Coimbra)