Por
estes dias visitei o Museu da Música.
Não
sei se sabem, o Museu da Música está instalado provisoriamente na Estação do
Metropolitano do Alto dos Moinhos (Lisboa), com base num protocolo celebrado
entre a Direcção-Geral do Património Cultural e o Metropolitano de Lisboa, que
termina em dezembro de 2018.
Confesso
que a visita ao Museu - onde num espólio extremamente interessante de
instrumentos musicais não existe nenhuma guitarra de Coimbra -, me levou mais
uma vez a pensar na música como um pilar da maior relevância num projeto
cultural, global e urgente, para Coimbra.
Por
diversas vezes tenho defendido a importância e o mérito que teria uma
candidatura de Coimbra a Cidade da Música, no âmbito das Cidades Criativas da
UNESCO, e agora acrescento: por que não considerar a instalação do Museu da
Música na nossa cidade?
Acontece
que e que o secretário de estado do anterior governo decidiu, por força do
términus do protocolo existente, a transferência do Museu para o Palácio
Nacional de Mafra, o que implicará obras de adaptação que à partida são estimadas
em mais de 6,5 milhões de euros.
Ora,
face a este quadro, perante uma nova realidade política e sabendo-se que o
Palácio de Mafra já tem problemas que cheguem para salvar o seu carrilhão,
cujos sinos estão em risco de queda, não seria possível que a Câmara Coimbra visse,
junto do atual Ministro da Cultura, da possibilidade do Museu da Música ser
instalado definitivamente em Coimbra?
Será
que não seria possível reunir e envolver neste processo todos os deputados à
Assembleia da República pelo círculo de Coimbra, neste que é, sem dúvida, um
bom e penso que consensual combate político?
Será
que não seria possível conseguir o envolvimento dos que fazem música em Coimbra
(instituições e particulares) no sentido da criação de um forte movimento de
opinião favorável a esta ideia?
Será
que não seria possível espevitar um dito lobby
de Coimbra que terá na música uma referência comum e motivadora de agregação?
Será
que Carlos Seixas, Hilário, Zeca, António Portugal, etc., etc., etc., não
merecem um esforço de aprofundamento desta ideia?
Será
que não seria uma importante mais-valia para Coimbra ser Cidade da Música e ter
o Museu da Música?
(Artigo
publicado na edição de 8 de setembro, do Diário de Coimbra)
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