Se há coisa gratificante é ouvir um decisor político a falar do que sabe, mesmo que esta fala venha a público fora de horas e com objectivos de duvidosa bondade.
Pôr em livro essa fala tem, para mais, um duplo efeito: mediático - o autor está vivo, mexe e reaparece; desculpabilizante - apesar de ter estado no olho de furacão, em diversos contextos e estatutos, só falar da coisa indicia afastamento dos erros que obviamente atribuirá a outros.
Mas, pós dissolução do poder e na procura da sua recuperação é sempre bom relembrar o seu exercício, nomeadamente através de um evangélico bater de asas brancas, que pretende omitir responsabilidades próprias e concretas em processos para os quais não pode chamar outros ao cadafalso.
Claro que o público leitor poderá sempre apelar a uma nova obra, para mais quando a temática é bem dominada. Por que não escrever o colocar no escaparate uma segunda obra que modestamente se sugere: "Como Não Decidir Obras Municipais - Dois estádios, da Razão ao Erro"?
Os munícipes de Coimbra decerto que se atropelariam nas livrarias a comprar porque é raro um ex-presidente vir falar do que tão bem sabe e que eles ainda desconhecem em pormenor mas que foram eles que pagaram.
Claro que o público leitor poderá sempre apelar a uma nova obra, para mais quando a temática é bem dominada. Por que não escrever o colocar no escaparate uma segunda obra que modestamente se sugere: "Como Não Decidir Obras Municipais - Dois estádios, da Razão ao Erro"?
Os munícipes de Coimbra decerto que se atropelariam nas livrarias a comprar porque é raro um ex-presidente vir falar do que tão bem sabe e que eles ainda desconhecem em pormenor mas que foram eles que pagaram.