quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

COMO NÃO DECIDIR OBRAS MUNICIPAIS - DOIS ESTÁDIOS, DA RAZÃO AO ERRO


Se há coisa gratificante é ouvir um decisor político a falar do que sabe, mesmo que esta fala venha a público fora de horas e com objectivos de duvidosa bondade.

Pôr em livro essa fala tem, para mais, um duplo efeito: mediático - o autor está vivo, mexe e reaparece; desculpabilizante - apesar de ter estado no olho de furacão, em diversos contextos e estatutos, só falar da coisa indicia afastamento dos erros que obviamente atribuirá a outros.

Mas, pós dissolução do poder e na procura da sua recuperação é sempre bom relembrar o seu exercício, nomeadamente através de um evangélico bater de asas brancas, que pretende omitir responsabilidades próprias e concretas em processos para os quais não pode chamar outros ao cadafalso.

Claro que o público leitor poderá sempre apelar a uma nova obra, para mais quando a temática é bem dominada. Por que não escrever o colocar no escaparate uma segunda obra que modestamente se sugere: "Como Não Decidir Obras Municipais - Dois estádios, da Razão ao Erro"?

Os munícipes de Coimbra decerto que se atropelariam nas livrarias a comprar porque é raro um ex-presidente vir falar do que tão bem sabe e que eles ainda desconhecem em pormenor mas que foram eles que pagaram.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

NO PS PRECISA-SE DE VISÃO E PROSPECTIVA.


Em 18 de Outubro de 2011 dirigi à Direcção do PS o apelo que abaixo está transcrito, onde afirmei, na altura, muito do que agora está a ser dito e que não terá merecido atenção.

Também outros militantes do PS consideravam que a decisão política que melhor serviria os interesses do País, da esquerda e do PS seria o voto contra o orçamento.

Num momento de grande dificuldade e confusão nada melhor que uma posição clara e determinada de rejeição do modelo político-social que está a ser desenvolvido pelo actual governo.

A resistência ao desastre a que nos estão a conduzir e conhecendo os objectivos e a estratégia do PCP e do BE, só terá sucesso se for feita pelo PS, o que implica uma alternativa determinada, corajosa e que não permita qualquer confusão.

Como é óbvio, os míticos mercados e as perspicazes agências de rating, a quem pagamos principescamente para nos atirarem para o lixo, não estão nada preocupadas com a posição do PS, nem alteram em nada as suas análises e os seus remédios em função dessa posição. Quem está verdadeiramente interessada nas posições do PS e as vai condicionando a seu favor são o PSD e o CDS, por meras razões partidárias internas e o PS tem vindo a colaborar nesse jogo fatídico.

No PS mais do que análise precisa-se de visão e prospectiva, e de pouco servirá vir a pouco e pouco a reconhecer o que se deveria ter feito e não fez.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

AS ELITES DE COIMBRA

As cidades continuam a ser factores determinantes de desenvolvimento e de construção do futuro.  
  
A "urbanização" humana é um facto que tende a acentuar-se carecendo, por isso, as cidades para onde, todos os dias, caminham mais homens e mulheres, de uma enorme capacidade organizacional, de planeamento e de gestão e, sobretudo, de uma visão enquadradora das soluções do presente à luz da visão de um determinado futuro.

As cidades precisam, por isso, de "crânios" que as pensem e as antecipem e que dentro delas se acordem patamares mínimos de intervenção que não matem opções secundárias diversas. As cidades para estarem na vanguarda e assumirem protagonismos estratégicos, sinónimo de desenvolvimento sustentado, precisam de elites capazes de construções coerentes e alternativas viáveis.

Na angustia, perante a irrelevância progressiva e na convicção de que o problema é verdadeiramente um problema de elites, pergunto-me, muitas vezes, quem são e onde estão as elites de Coimbra.

Na verdade, por vezes surgem alguns protagonistas, que acabam por assumir-se como cogumelos que aparecem repentinamente e até têm efeitos alucinogénos, mas que depois desaparecem rapidamente no desejo de aparecerem na capital onde tudo se decide, se vende e se compra.

Coimbra é, tem sido, um mostruário, um pouco como aquelas equipas do meio da tabela em que os jogadores tudo fazem para aparecer com o único objectivo de transitarem para um grande, e por isso Coimbra não consegue chegar aos lugares cimeiros nem disputar a Europa.

Quem são e onde estão as elites de Coimbra?