terça-feira, 18 de outubro de 2011

APELO À DIRECÇÃO DO PS. NÃO A ESTE ORÇAMENTO!


A Direita que realizou o sonho de ter um presidente, uma maioria e um governo, apresenta o seu primeiro Orçamento. Não é um orçamento qualquer!

Escudando-se com a crise e porque ainda duvida de que sociologicamente seja maioritária no país – para além de todos os que se afirmam de esquerda ainda há, no seu seio, uns sociais democratas relutantes –, tem vindo a encenar uma dramatização da situação e uma diabolização da contestação tendentes a levar á aceitação dum orçamento que é a primeira grande peça do seu projecto político-ideológico.

Tendo chegado ao poder através de um processo de concertação estratégica que envolveu o presidente da República e que contou com os erros do PS, a inconsciência política do BE e o sectarismo do PCP, tenta, através dum condicionamento multicanal, obter a vitória final, que é a de conseguir a mais ampla legitimação possível através da abstenção do PS na votação do seu Orçamento.

Claro que nunca aceitaria o sim, isso seria comprometedor, também não desejaria o não porque isso significaria alguma margem de liberdade política e por isso a sua ambição é a de obter a abstenção do PS garantindo assim a sua “amarração” e o seu controlo, com o mínimo de problemas.

Um pobre PS, vergado, sem coragem e sem alternativas, é a cereja no bolo que a direita almeja neste momento que é o seu novo ciclo.

O caceiteirismo económico de que o Orçamento para 2012 é expoente, não reflecte os compromissos internacionais que o PS negociou e que o País assumiu, é algo de muito diferente. Não se trata da resolução de um problema como é dito, o que está a ser proposto é uma mudança radical do nosso modelo social através da absoluta degradação do valor do trabalho, do desprezo pela nossa cultura e pela nossa idiossincrasia e da alienação das nossas mais valias económicas, através do triunfo absoluto do capital.

A gravidade do que está a ser proposto, vai traduzir-se, seguramente, num aprofundar de desigualdades em mais pobreza e sofrimento e o PS não pode aceitar isto. Não pode lavar as mãos e abster-se perante a gravidade da situação. O PS não pode acobardar-se. Se o fizer ficará não só refém da direita como será desprezado por toda a esquerda, por todos as mulheres e homens de esquerda. O PS não terá perdão se não tiver a coragem política de votar contra este Orçamento.

Por mim, simples militante de base, fica o apelo à Direcção do PS para que vote contra este Orçamento. O voto contra do PS não suscita qualquer problema ao país, os mercados, que conhecem bem quem nos governa, não querem saber disso para nada e os portugueses precisam de ter esperança numa alternativa.

Qualquer voto do PS que não seja o não será um erro histórico, que suscitará uma imensa indignação e levará a profundas divisões internas.