quinta-feira, 22 de setembro de 2016

CIDADE MÁGICA



Os Encontros Mágicos são um exemplo paradigmático do triunfo de um evento que conseguiu impor-se na cidade real e na cidade oculta das tricas político-partidárias. Estão por isso de parabéns! 

Vivendo na esperança de que todos os dias aconteça algo de mágico nas nossas vidas sabe bem tropeçarmos, por aí, nos truques que intrigam sem traumatizar e que semeiam sorrisos e admiração.

Claro que o grande sonho de qualquer conimbricense era que a sua cidade fosse um lugar mágico, onde quem chegava se confrontava com belas entradas, perfumadas por flores e com informação útil e apelativa. 

Para muitos a magia estaria em excelentes infraestruturas, bons transportes públicos estacionamentos estratégicos. Quantos não lamentam que, contrariamente à resiliência dos Encontros Mágicos, o sistema “Ecovia” não tenha tido igual sucesso e em vez de ter sido assassinado não tenha sido aperfeiçoado.  

E, para tantos, que procuram a magia da ciência médica a cidade seria mágica se conseguisse encontrar, na envolvente dos estabelecimentos de saúde, boas soluções de mobilidade e de estacionamento. 

Alguns, acreditariam que a cidade era mágica se tivesse conhecimento atempado do relatório sobre as inundações do inverno passado e já estivesse preparada para a ameaça de novas inundações.

Tantos haveria que se deslumbrariam com a magia de uma cidade que sabendo preservar o seu património monumental estaria a acautelar os efeitos perversos de um turismo de massas que faz nascer a cada dia lojas de recuerdos e que tende a causar efeitos de preocupante degradação na sua joia da coroa, que é a Biblioteca Joanina. 

Ainda haveria quem apreciasse a magia de uma cidade com arrojadas instalações de arte urbana e com uma Feira Popular digna e apelativa, inspirando-se, por exemplo no pioneiro Parque Tivoli. 

E, na mágica cidade de Coimbra, que tantos idealizam a seu modo, haveria um metropolitano ligeiro de superfície, não só a melhorar a mobilidade mas também a determinar uma indispensável renovação urbana da Baixa.

Também seria mágica uma cidade que fosse capaz de aproveitar algum do saber dos seus seniores e a capacidade das empresas das novas tecnologias - spin-offs com origem na nossa Universidade -, que vão afirmando-se a nível global, numa dimensão empresarial como Coimbra nunca teve.

(Artigo publicado na edição de 22 de setembro, do Diário de Coimbra)

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