sexta-feira, 5 de março de 2010

SILÊNCIOS PÚBLICOS. CONFISSÕES À CHÁVENA DE CAFÉ.


Tenho publicado artigos de opinião, durante anos e alguns de forma regular, em diversos jornais, nomeadamente: Jornal de Coimbra; Jornal de Notícias; As Beiras; Diário de Coimbra; Campeão das Províncias.

Do mérito da escrita e do seu conteúdo não sei dizer, a liberdade com que sempre o fiz foi total. 

Claro que me envolvi em algumas polémicas e até fui ameaçado judicialmente e com sanções politico-partidárias, confirmando a ideia de que esta escrita me trazia desvantagens, incompreensões e inimizades. Contudo, sempre tive consciência de que esses eram riscos a que me expunha e por isso nada tenho a queixar-me. 

Escrevi com a convicção de que poderia dar um modesto contributo cívico e de alguma utilidade para a minha cidade, ainda que por vezes não tenha sido fácil. Vi artigos não serem publicados, por razões que nunca me foram explicadas mas que, obviamente, adivinho. Coimbra é uma cidade demasiado pequena e há "relações" que não se podem "melindrar".

Tenho sido, por isso, um felizardo até porque, como é sabido, o importante não é o que se diz mas quem o diz e eu hoje não passo de um simples cidadão, sem qualquer tipo de relevância política ou social.

Por isso, quando tanto se fala em liberdade de expressão a única coisa que lamento é que haja tanta gente, em Coimbra, de inegável mérito e qualidade que deliberadamente abdique da expressão pública das suas reflexões e do seu pensamento, sobre temas de interesse colectivo, privando-nos do que poderia ser um contributo positivo para uma cidade mais forte e respeitada. 

O que se nota, por aqui, é que há muita gente que não quer dizer alto as coisas importantes que diz à chávena de café.




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