quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O COMPROMISSO HISTÉRICO

Quando o Dr. Alberto João sai da Quinta Vigia e nos invade a casa através da televisão, colocam-se-nos como alternativas, ente outras: 1. Desligar a televisão; 2. Olhar para a televisão e, assim como quem palita os dentes depois de comer bacalhau, não ouvir nem ver nada; 3. Vê-lo, ouvi-lo e rir; 4. Vê-lo, ouvi-lo e chorar; 5. Ir passear o cão, quem tiver cão, claro.

Na passada semana, quem não adoptou uma das alternativas acima indicadas e o viu e ouviu por fair-play democrático, não deixou de ficar a pensar nas reacções que a sua proposta de “Compromisso Histórico” para derrubar o governo, iria provocar.

O PSD, CDS, BE e PCP tinham votado conjuntamente alterações à Lei das Finanças Regionais e isso permitia-lhe pensar que essa conjugação política poderia ser continuada numa perspectiva mais ampla e consistente e daí a tal ideia do "Compromisso Histórico".

O comum dos cidadãos, ouvida esta proposta, esperava que segundos depois o Dr. Francisco Louçã inundasse a comunicação social, em tom de prédica, a dizer que o Bloco é pela verdade, não pactua com a hipocrisia e que nunca aceitará qualquer compromisso com a direita dos banqueiros.

De igual modo imaginava-se que alguém do Comité Central do PCP, pelo menos Jerónimo de Sousa, viesse a correr esclarecer que era mais fácil acreditar no milagre de Fátima do que num compromisso do PCP com a direita do grande capital.

Mas não. A frustração foi total. Nem o Dr. Louçã nem Jerónimo de Sousa se dignaram dizer-nos nada sobre o assunto. Ainda houve quem aguardasse alguns minutos e depois se lançasse na net em busca de informação. Nada.

Fica a dúvida. Ninguém liga ao Dr. Alberto João, apesar de lhe dar mais dinheiro. A análise da sua proposta está acorrer o seu caminho e BE e PCP vão considerar a sua participação no tal compromisso com o PSD e o CDS. Ou terão ido todos à Madeira passar o Carnaval.

Para já podemos tirar uma conclusão. Desde o início da actual legislatura há na Assembleia da República um verdadeiro “Compromisso Histérico”, que se traduz no revisionismo vingativo contra o PS só porque este não conseguiu repetir a anterior maioria absoluta.

1 comentário:

  1. Carnaval foi quando Jaime Gama foi à Madeira dizer que "aquilo" é que é um exemplo de democracia e liberdade.
    Estranha é a posição do Governo suportado pelo PS quanto à LFR quando no final de 2009, por "baixo da mesa", transferiu mais de 70 M€ para o João Jardim.
    Não nos podemos admirar de direita e esquerda identificarem o mesmo problema, se ele, na realidade, existe. Devemos sim debruçar-nos sobre os objectivos e a estratégia da sua resolução. Tudo o mais é discurso demagogo.

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