Ser bom entendedor.
Saber raciocinar era a mais elevada das artes; já não é suficiente: agora é necessário adivinhar, sobretudo em assuntos que podem decepcionar. Não pode ser entendido quem não for bom entendedor. Há adivinhos do coração e linces das intenções. As verdades que mais nos importam vêm sempre por meias palavras. O prudente deve saber entendê-las: refreia a credulidade nas coisas favoráveis e estimula-a nas odiosas.
A Arte da Prudência
Baltasar Gracián
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