É pena que as audições na Comissão de Ética da Assembleia da República não sejam transmitidas pelas televisões em sinal aberto. Seria um excelente contributo para todos percebermos a qualidade e o nível de determinados protagonistas e de avaliarmos devidamente a seriedade e credibilidade dos seus depoimentos. Se o espectáculo de Mário Crespo a gritar censura e a distribuir um artigo de opinião pelos Deputados deu para perceber alguns dos seus méritos "artísticos", o depoimento da jornalista Felícia Cabrita foi qualquer coisa de inenarrável.
Contrariamente ao que os partidos da oposição esperariam, particularmente o PSD, o resultado das audições tem vindo a evidenciar a absoluta inconsistência das acusações contra o PS, o governo e particularmente contra o primeiro ministro José Sócrates, no que toca à tão propalada estratégia de domínio da comunicação social e de cerceamento da liberdade de expressão e de informação.
Aliás, ou me engano muito ou vai ser o PSD quem vai sair politicamente mais chamuscado com esta iniciativa, sobretudo quando se vier a tocar na entourge do Presidente Cavaco Silva.
Por outro lado, ao desgaste da política e da justiça, tão veemente propalados, vai-se somar o desgaste da comunicação social, também ela um elemento fundamental de qualquer regime democrático.
Com a revelação perante os olhos de todos do nível de "isenção" e de "objectividade" de jornalistas destes, que assumem a permanente revelação de "verdades" inconvenientes e opiniões "puras", é mais uma peça do puzzle do sistema de poderes que se descredibiliza e enfraquece, o que é mau.
O país precisa de uma comunicação social forte e independente e isso só é possível com verdadeiros jornalistas.
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