Em nada ser vulgar. Não o ser no gosto.
Que grande sábio, aquele que não gostava que as suas coisas agradassem a muitos! Os excessos de aplauso popular não satisfazem os discretos. Alguns são como os camaleões da popularidade, de tal forma que o seu prazer não reside nas suavíssimas brisas de Apolo, mas no alento vulgar*. Tão pouco ser vulgar no entendimento. Não se deve desfrutar com os milagres do vulgo, pois são simplesmente "espanta-ignorantes": o vulgo admira a necedade comum e repudia o conselho excelente.
*Antigamente acreditava-se que o camaleão se alimentava do ar.
A Arte da Prudência
Baltasar Gracián
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