sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 23

 Não ter um defeito.

É  nosso destino ter defeitos. Poucos vivem sem eles, no plano moral como no do carácter. Dominam-nos, apesar de ser fácil curar-se. O bom senso dos outros sofre, porque por vezes um conjunto sublime de boas qualidades tem um defeito mínimo: basta uma nuvem para eclipsar o sol. A malevolência ergue-se de imediato e ainda repara nestas nódoas da reputação. Seria uma grande habilidade convertê-los em motivo de estima. César soube cobrir de louros a sua calvice.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

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