Quando se ouve a Dr.ª Manuela Ferreira Leite dizer que atingiu, como líder do PSD, todos os seus objectivos percebe-se que efectivamente ela nunca desejou conquistar o poder. Aliás, a sua última intervenção pública na Câmara de Comércio Luso Francesa veio demonstrar isso sobejamente. É um discurso gratuito de alguém a quem não interessa o poder.
Mais, esta percepção, foi sendo sedimentada pela imagem de que se moveu, constantemente, por um ódio primário contra o primeiro ministro, que a cegou totalmente e a diminuiu como política, e outro foi o de nunca ter sido capaz de apresentar ideias e um projecto para o país, que suscitassem a adesão dos cidadãos. O legado da sua liderança traduz-se num ódio pessoal e num vazio político.
Com um discurso redutor, de pretensa superioridade moral e ética
- detentora da verdade e acusadora de pecados alheios -, acabou mesmo por levar a que nestes últimos anos o PSD se apresentasse como um mero partido de contrapoder, imagem que lhe vai ser difícil de apagar, tanto mais que muitos dos seus dirigentes e quadros políticos foram e continuam a ser coniventes com esta prática política.
Para conquistar o poder é necessário desejá-lo e depois demonstrar que se pretende o seu uso para um desígnio superior.
Será que o líder que se segue consegue fazer esta demonstração?
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