A Islândia não pára de nos surpreender. Depois do colapso económico e financeiro, paralisou, sem qualquer cerimónia, a Europa com nuvens vulcânicas e agora elegeu para presidir à Câmara de Reiquejavique, a sua capital, o líder do Besti Flokkurinn (O Melhor Partido), um popular comediante local de nome Jón Gnarr.
Com esta eleição reina a perplexidade política, a incredulidade dos politólogos e
a expectativa do que irá acontecer a a partir do próximo dia 15, quando
tomar posse, dado que Jón Gnarr fez da campanha eleitoral um verdadeiro espectáculo de stand-up comedy, em que defendeu o que chamou um programa de "anarco-surrealismo", prometendo, entre outras coisas, toalhas de graça nas piscinas, um urso polar no zoo de Reiquejavique e uma Disneylândia no aeroporto.
Não sei se Jón conhece Portugal e em particular algumas das suas autarquias, mas estou em crer que o Besti Flokkurinn - um nome que dá gosto, contrariamente ao do vulcão - fez o trabalho de casa, investigou o que se passa por cá e apenas deu alguma roupagem diferente às suas propostas, mais sincera - típica de um país nórdico -, como quando, por exemplo, afirmou: "Vamos certamente favorecer os nossos amigos pessoais. Vamos ter corrupção por cima da mesa, não por baixo".
Mais ainda, com um pequeno truque de inversão de palavras conseguiu dizer uma verdade que nós tentamos esconder, quando disse: "O Besti Flokkurinn tem muitas faces. Publicamente comportamo-nos como palhaços, mas na verdade somos muito inteligentes". Claro que nós diríamos "A nossa(o) Coligação/Partido tem muitas faces. Publicamente comportamo-nos como sendo muito inteligentes, mas na verdade somos palhaços."
Neste momento resta desejar muitas felicidades aos cidadãos de Reiquejavique, esperando que venham a ter um urso no seu Zoo, dado que nós, aqui por Coimbra, também já temos um que não é polar mas, como se compreende, o clima é outro.
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