Na campanha autárquica de 2001, Paulo Portas, então líder do CDS-PP, proclamava pelas feiras do país que o CDS, nos Municípios onde fosse poder, não permitiria a criação de empresas municipais.
Na sequência dessas eleições o CDS, enquanto membro de uma coligação com o PSD e o PPM passou a fazer parte do governo do Município de Coimbra.
Uma das primeiras iniciativas desta coligação foi a da criação da empresa municipal Águas de Coimbra, EM, a que se seguiu a criação da empresa municipal Turismo de Coimbra, sempre com o inequívoco voto favorável dos autarcas do CDS.
Ontem Paulo Portas, hoje líder do CDS-PP, veio afirmar publicamente que metade das empresas municipais não são necessárias e acrescentou: "Era bom que alguém disciplinasse este facto iníquo que é haver num país com a nossa dimensão 2.000 gestores municipais".
Pois bem o líder do CDS-PP, Paulo Portas, faria um favor de coerência e um favor a Coimbra se levasse os seus parceiros de coligação no Município a extinguir, com a máxima urgência, estas duas empresas municipais que efectivamente só servem para dar emprego político e a afundar as finanças municipais.
Como o líder do CDS-PP pode confirmar através dos autarcas do seu partido as atribuições da empresa Águas de Coimbra, EM, era até 2002 realizadas pelos Serviços Municipais de Água e Saneamento de Coimbra, cuja gestão era feita por um conselho de administração em que os gestores tinham direito a uma simbólica senha de presença.
A partir de 2002 passaram a ser pagos equiparados a vereadores, sem que antes não tenham feito uma tentativa sub-reptícia de receber um vencimento mais elevado, tendo sido necessário recorrer à intervenção da então IGAT para corrigir a situação. Acresce a situação agravante que agora as Águas de Coimbra têm reduzido o seu âmbito e volume de trabalho, dado que deixaram de ter a responsabilidade do abastecimento de água em alta.
Por outro lado as atribuições da Turismo de Coimbra eram realizadas pelo Departamento de Cultura da Câmara não se conseguindo vislumbrar o que mudou para além dos encargos.
Quando um dia for possível fazer uma auditoria ao que têm sido os "anos loucos" da gestão da actual maioria haverá muitos cidadãos que ficarão de boca aberta com os disparates cometidos e com o inconcebível despesismo que a caracteriza.
Consciente que há um problema, que alguém deve resolver, o líder do CDS, Paulo Portas, pode começar já a trabalhar para o ajudar a resolver em Coimbra, dado que o seu partido é parceiro de coligação e detentor de poder no Município. Não tem desculpa se não fizer nada.
Fica, por isso, o apelo de um munícipe de Coimbra que não tem dúvidas quanto ao mau uso do dinheiro dos seus impostos e dos seus concidadãos por uma coligação em que o CDS é parte integrante e cujo líder tem um tão agudo conhecimento da situação iníqua que varre o país, com a existência de milhares de desnecessários gestores municipais.
Por favor acabe com eles em Coimbra. Não são precisos para nada.
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