quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

NEM O NOME DO ESTÁDIO É CAPAZ DE MANTER

Há certas matérias sobre as quais é particularmente chocante - é difícil outro termo - ouvir ou ler declarações do presidente da Câmara de Coimbra. Uma delas tem a ver com as obras de renovação do Estádio Municipal,realizadas por altura do EURO 2004.

Em primeiro lugar nunca se ouviu do Dr. Carlos Encarnação, que era Deputado por Coimbra, qualquer discordância com o processo de candidatura de Coimbra na participação do EURO e consequentemente com as obras de renovação do Estádio, que à época não tinha as mínimas condições de segurança e de conforto.

Quando tomou posse, em 2002, as obras ainda não tinham começado, estavam apenas adjudicadas e por isso se o Dr. Carlos Encarnação fosse um político de convicções e de coragem poderia ter denunciado o contrato e "salvo" a Câmara dos encargos de que passa a vida a lamentar-se. Não o fez. Foi politicamente cobarde e portanto não tem autoridade para falar.

Mas, não tendo tomado a decisão que em consciência, se é que verdadeiramente tinha consciência dos problemas, devia ter tomado, resolveu construir mais um estádio em Taveiro, que baptizou com o nome de Sérgio Conceição, por força de um qualquer "negócio" que nunca se percebeu, e que custou à Câmara, exclusivamente à Câmara, perto de 1 milhão de contos.

Esta verba que podia ter sido investida no Estádio Universitário foi canalizada para um novo Estádio, feito sem enquadramento urbanístico, em terrenos privados, e com compromissos prévios susceptíveis de não se poderem realizar.

Para a inauguração deste Estádio gastou milhares numa festança que contou com a presença do ministro Marques Mendes.

Depois, concluídas as obras no Estádio Municipal, que baptizou Estádio Cidade de Coimbra, fez três cerimónias de inauguração em que gastou mais uns milhares de euros.

Seguidamente, com o argumento de que era preciso salvar as finanças da Câmara fez um contrato com o grupo Amorim - o EuroStadium - que levou á construção de um shopping no centro da cidade, com a Câmara a pagar diversas infraestruturas e a permitir a construção de mais de 200 apartamentos privados em terrenos municipais.

Continuando o processo, foi renegociando um empréstimo feito para pagamento de parte das obras que vai agora começar a ter implicações gravosas nas finanças da Câmara. Portanto o EuroStadium não salvou nada, antes pelo contrário.

Depois resolveu avançar com um processo de cedência do Estádio à Académica, que é um imbróglio e que mais tarde ou mais cedo vai dar sérios problemas.

Finalmente o presidente da Académica, que até era director municipal, resolveu mudar o nome ao estádio tendo passado a designá-lo por Estádio Finibanco. O Dr. Carlos Encarnação afirmou que isso era impossível.

Hoje lemos a publicidade aos jogos da Académica e o que sabemos é que eles têm lugar no Estádio Finibanco.

É portanto chocante ouvir o Dr. Carlos Encarnação a falar dos problemas com as obras do Estádio.

Alguém que não queria a modernização do Estádio, nem a participação de Coimbra no EURO 2004, andou a gastar milhões sem nexo e agora até nem o nome do Estádio é capaz de manter e ainda tem o desplante de atirar sistematicamente culpas para as costas de outros.

É demais!

Haja um mínimo de decoro.

1 comentário:

  1. Será então por isso, que o manda chuva do Finibanco, cá em Coimbra, executa uma moradia conforme quer e lhe apeteçe, sem passar cartuxo às decisões de legalidade municipal ?
    ... e ele pumba! toca de os ameaçar numa reunião de Câmara !...

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