quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ECONOMIA E POLÍTICA EM GRANDE

As questões económicas vão estar hoje particularmente em foco. É a discussão sobre o nosso Orçamento do Estado, é o começo da reunião de Davos, na Suíça, e o discurso do estado da União que o presidente Obama vai pronunciar.

Sobre o nosso Orçamento, para além da descodificação técnica e as implicações práticas foi dado o tiro de partida e muito iremos ouvir falar por estes dias, esquecendo que este é um documento que tem muito de previsional e que só perceberemos, com um mínimo de segurança se ele é uma verdadeira e correcta resposta à crise que enfrentamos quando chegarmos a Setembro e virmos os resultados dos primeiros três trimestres do ano.

É claro que no campo político ele reflecte opções que merecem ser devidamente analisadas e contextualizadas de modo a perceber-se que caminho(s) se pretendem percorrer e em que sentido. Há aqui um misto de expressão ideológica e de realismo que deve ser considerado e, para além de termos orçamento, é necessário entender que orçamento.

Quanto a Davos o que parece ser mais interessante é o reforço da presença dos banqueiros que o ano passado, no auge da crise, estiveram quase ausentes. Hoje a sua preocupação, depois dos imensos recursos que transitaram da economia real para a banca é vê-los de novo aparecer para defender os inconvenientes de uma maior regulação que aparece como uma resposta política - ténue - de alguns governos. Aliás a preocupação parece ser a de tentar evitar que a Europa adopte alguma da dureza de que Obama tem dado mostras, nesta matéria, nos últimos dias. Diz-se que em Davos a sua agenda implica a defesa de uma santíssima trindade: inovação, globalização, desregulação.

Finalmente o discurso do estado da União do presidente Obama que está a suscitar muita expectativa e que se diz vai ser particularmente dirigido àquela que classificam, na América, como a "geração sanduíche", isto é, a actual classe média que tem de pagar os estudos dos filhos e a reforma do país. Mas o discurso de Obama também nos é dirigido porque muitas daquelas que vão ser as suas opções económicas vão ter reflexos concretos na nas nossas vidas dado que estão em causa opções estruturantes da principal economia mundial.

Temos, por isso, muito para reflectir hoje - em grande - sobre economia e política. 

Sem comentários:

Enviar um comentário