segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

AINDA A CO-INCINERAÇÃO

Um dia, decerto, será feita a história do "Processo de co-incineração na cimenteira de Souselas" e, com a devida documentação, se entenderá o papel dos diversos actores políticos e técnicos a sua coerência, o seu oportunismo e a sua incompetência.

Do muito que se poderá entretanto dizer é que o processo foi mais desprestigiante para a Cidade e para a Universidade do que tóxico para as populações.

Conhecida a decisão política do Governo houve dois momentos marcantes, que foram duas vitórias para Coimbra. O primeiro, a tomada de posição dos Deputados eleitos por Coimbra, na Assembleia da República, que sobrepuseram às directivas partidárias a defesa da Cidade. O segundo, a criação de uma Comissão Cientifica Independente que "travou" a decisão do Governo e colocou a questão na esfera do conhecimento cientifico, acima de todas as outras considerações.

A partir daqui sucederam-se episódios, voltas e reviravoltas, algumas bem tristes pelo oportunismo e pela incompetência demonstrada.

Os actores políticos, que fizeram maratonas frente às televisões, desde logo deram a entender que era a luta político-partidária que os motivava e alguns, que por isso até ganharam eleições, acabaram por confirmar, na prática, que não era o interesse das populações de Souselas que os preocupava.

Os actores científicos, que haviam certificado com o seu carimbo académico, que o processo de co-incineração, como estava e onde estava a ser preconizado, era insustentável, acabaram derrotados em toda a linha, levando a uma desqualificação gritante da competência da nossa Universidade.

Hoje a luta contra a co-incineração em Souselas é vista, a nível nacional, como um entretém duns "rapazes" de Coimbra sem crédito e sem mérito, um fait-divers sem importância, porque a cidade também não tem grande importância.

Mais do que os problemas com os resíduos industriais perigosos (RIP) Coimbra sofreu evidentes prejuízos e  acabou por ver expostas publicamente debilidades e incompetências para muitos insuspeitas e o que é triste é que segundo parece o espectáculo está para continuar. 

2 comentários:

  1. Só faltou mesmo dizer que os ditos cientistas eram remunerados com ordenados idênticos aos de um Director Geral ( 650.000 Escudos / mês na época x 14 meses )no caso do Presidente e que os vogais recebiam 75% ou seja cerca de 500.000 Escudos enquanto durasse a co-incineração e que a lei feita por Guterres e seus pares à medida ainda lhes permitia acumular esses vencimentos com os que auferiam como professores universitários em regime de exclusividade , subvertendo-se assim por completo os princípios inerentes ao regime de exclusividade da função pública( artigo 7º nr. 2 do Decreto Lei 120/99 de 16.04 ) .
    Este Dec. Lei comportava no artigo 5º nr. 3 um convite implícito à formulação de um Parecer favorável à co-incineração de resíduos perigosos .
    Coisas de somenos importância...
    Aconselho-o a consultar o processo crime que correu no Tribunal de Aveiro e que foi instaurado por alguns dos ditos cientistas contra o Professor Doutor Delgado Domingos .
    Quanto ao resto nem vale a pena comentar tal é o chorrilho de asneiras que o seu artigo comporta e que são impróprias de quem já teve responsabilidades autárquicas no concelho de Coimbra .

    21 de Janeiro de 2010 13:07

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  2. Dr. Castanheira Barros
    Agradeço-lhe o tempo que perdeu o "chorrilho de asneiras" do meu artigo.
    Há coisas que são verdadeiramente indignas de algumas pessoas.
    João Silva

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