quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DIA INTERNACIONAL CONTRA A CORRUPÇÃO

No dia em que se assinala, a nível mundial, o Dia Internacional Contra a Corrupção, a Agência Lusa dá-nos conta que a Comissão Europeia num inquérito publicado hoje (Eurobarómetro), sobre «as atitudes dos europeus face à corrupção», mostra que 93% dos portugueses concordam que aquele crime é um «grande problema» do país. É o sétimo valor mais elevado da União Europeia, a par da Roménia, e 15 pontos percentuais acima da média comunitária (78%). 

Todavia, Portugal é um dos poucos Estados-membros onde, ainda assim, a percepção da corrupção diminuiu ligeiramente relativamente à anterior consulta, feita há dois anos, já que, em 2007, a corrupção era considerada um grande problema por 95% dos portugueses inquiridos.

Os portugueses acreditam que há corrupção em todas as instituições. Nove em cada 10 por portugueses acreditam que existe corrupção tanto nas instituições nacionais (91%), como nas instituições locais (89%) e nas instituições regionais (88%), valores, em todos casos, superiores à média da UE (respectivamente 83, 81 e 81 por cento). 

Questionados sobre os círculos onde julgam existir mais situações de subornos e abuso de poder, os portugueses apontam em primeiro lugar os «políticos ao nível nacional» (64%), seguindo-se os políticos ao nível local (58%) e regional (57%), e só depois várias classes profissionais. 

Comentário:
A discussão sobre a corrupção é recorrente e invariavelmente, como solução do problema, são apresentadas propostas de mais e mais legislação. Obviamente que, perante a situação real existente e a sua percepção, são necessários todos os mecanismos possíveis, mas será bom assumir a convicção de que estamos perante um problema colectivo, se quisermos de natureza "cultural", de grande dificuldade pelas alterações comportamentais, de fundo, que implica.

Muito provalmente que os 9 portugueses, em cada 10, que acreditam que existe corrupção em todas as instituições se forem questionados sobre o modo como pautaram as suas relações, em concreto, com essas instituições afirmarão que com eles nunca aconteceu nada e que  nunca tentaram corromper ninguém. É quase certo e seguro que para cada um deles será sempre o "outro" que é corrupto ou corruptor. 


Aliás, posso afirmar por experiência própria, que esta é a visão corrente e que tenho tido a felicidade de, nas mais diversas circunstâncias, ter andado sempre em boas companhias. Na mais comum das situações, como seja viajar nos transportes colectivos, vou sempre na carruagem ou no autocarro dos bons. Em todas as conversas dos que ali vão são sempre os outros os "maus". Os que vão nos outros autocarros ou nas outras carruagens.

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