terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A ALIMENTAÇÃO DO "BICHO"

Por estes dias, quando for discutido o Orçamento da Câmara de Coimbra, vou atrever-me a falar um pouco de "gastronomia". Não de uma qualquer receita ou de um roteiro gastronómico, até porque, tenho de confessá-lo, não sou um grande garfo ou um gourmet que pesquisa, por esse mundo fora, novidades culinárias ou imaginativos pitéus. 

Para já a minha grande curiosidade gastronómica é a de provar uma trufa das autênticas, trabalhadas por quem sabe, para "perceber" esse tão apreciado manjar dos deuses, que os egípcios e os romanos já apreciavam e comiam como aperitivo. Aliás os romanos acreditavam que os cogumelos e as trufas tinham origem nos relâmpagos quando estes atingiam a terra e que seriam desta forma semeados. Posteriormente no mundo cristão o seu aparecimento era explicado como obra do demónio, uma crença que persistiu até ao século XIX.

Bem, quanto ao Orçamento da Câmara sabemos bem como aparece e, não sendo obra do demónio, é sem dúvida uma obra filha do pecado. O pecado do despesismo e do mau uso dos dinheiros públicos. 

Normalmente os cidadãos-contribuintes não ligam muito à discussão deste documento porque há uma retórica em que os números são apresentados sob tantas perspectivas e com um jargão tão especifico, que é impossível perceber onde está a "verdade".

Depois os orçamentos são documentos provisionais, feitos com base numa configuração técnica e com obediência a determinados pressupostos que "obrigatoriamente" os acabam por viciar.

Mas, no caso de Coimbra, desde há muito que está identificado um "bicho" um "monstro" insaciável, criado a partir de 2002, que vive à custa do orçamento camarário, que vem sendo alimentado com os nossos impostos e que dificilmente será estripado nos próximos anos. É um cancro que suga e fragiliza o Município e que estamos condenados a alimentar sem honra  e sem proveito. 

Vamos deixar passar o Natal e depois falaremos do "bicho" que consome a riqueza e o futuro de Coimbra.

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