O discurso do Presidente da República na sessão comemorativa do 25 de Abril trouxe mais um D, de desilusão. O da afirmação de uma visão - que não mereceu rejeição de ninguém -, de um desenvolvimento bipolar do país.
Apontar ali, naquele momento, prioridades políticas concretas poderá ser pouco curial, mas referir um local do país, no caso o Porto, para centrar o desenvolvimento dessas políticas não pode deixar de ser chocante.
Com efeito o que se ouviu e o silêncio de anuência que se seguiu reflectem uma visão de desenvolvimento do país com base em dois pólos aglutinadores - Lisboa e Porto - e que não passa por aqui, por Coimbra, pelo Centro.
Será culpa nossa? É decerto. Não temos peso político, seja a nível autárquico seja a nível Parlamentar. Nem o presidente da Câmara nem os Deputados eleitos por Coimbra têm o necessário peso político para contrariar esta visão. Nem tão pouco foram capazes de expressar uma reacção de objecção ou até de desconforto pelo que foi dito - talvez não tenham percebido - ,quanto mais de fazer inflectir a situação.
Política e economicamente o Centro não existe.
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