Como o brilho interior e profundo do diamante, o interior do homem deve valer sempre o dobro do seu exterior. Há sujeitos que só têm fachada, como casas sem acabar porque faltou o dinheiro: têm uma entrada palaciana e os quartos como choças. Neles não há lugar onde descansar, ou tudo descansa, porque depois dos cumprimentos termina a conversa. Avançam com as primeiras amabilidades como cavalos sicilianos, para imediatamente se tornarem silenciários, pois as palavras esgotam-se onde não há uma corrente contínua de talento. Estes enganam facilmente outros que têm também uma visão superficial, mas não, a astúcia. Esta vê por dentro e encontra-os vazios como na fábula.
A Arte da Prudência
Baltasar Gracián
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