Reinvenção:
sim ou não?
Em
novembro passado escrevi aqui sobre a necessidade de preparar
a reinvenção Coimbra. Estava, então, longe de imaginar que que a
palavra-chave da mensagem de ano novo do presidente da república
seria
reinvenção.
Obviamente
que o mais importante da mensagem é o seu autor e não seu conteúdo,
pelo que não há comparação entre a minha ambição para Coimbra e
o desafio lançado pelo presidente da República. Contudo,
ressalvando as devidas distancias, poder-se-á perguntar, agora que o
novo ano corre em velocidade de cruzeiro, qual o efeito prático do
discurso presidencial
e se a minha ambição de ver Coimbra a
reinventar-se
se
percebe
ou pressente.
Focando-me
em Coimbra e munido apenas do conhecimento elementar que chega a
qualquer cidadão comum, pelo vê, ouve ou lê, não parece que haja
novidades. Por um lado o puzzle político surgido das eleições
autárquicas não alterou
em nada a forma de governo da cidade e, por outro, o arquipélago de
poderes que aqui pululam mantém-se pachorrentamente.
Assim,
não se vê nem se sente qualquer grito de guerra motivador de uma
energia coletiva que indicie transformações e caminhos inovadores,
num tempo de grande necessidade imaginativa e criativa, em que a
biopolítica e a política cultural, conjugadas com a coragem da
novidade e da liberdade criadora libertem
e potenciem as
energias da cidade e recentrem a sua imagem e importância.
Reverter
uma certa sensação de orfandade e de impotência que, mal ou bem,
se foi instalando, é uma tarefa difícil mas necessária e seria
importante aproveitar o começo de um novo mandato, assim como de um
novo ano, para esforçadamente fazer esse combate e conseguir fazer
emergir a luzinha da esperança numa cidade que precisa
de se
impor, sem queixumes ou desculpas.
Os
tempos de justificado otimismo que se vivem
no país ajudam,
melhor impõem, uma capacidade e uma agilidade de pensamento e de
ação por parte dos poderes formais e informais que levem ao
aproveitamento das oportunidades que aí estão.
A
equipa de cidades inteligentes e sustentáveis, a que Coimbra deve
pertencer, caracterizam-se por um conjunto de variáveis de que os
investigadores salientam: “Governance Inteligente” o que implica
Participação–Serviços
públicos e sociais, participação na decisão, governance
transparente, estratégias políticas claras; e
“Vida Inteligente” o que exige Qualidade de Vida – Atividades
culturais, saúde, segurança, habitação de qualidade, turismo,
equipamentos educacionais, coesão social.
Pode
parecer um complicado caderno de encargos olhar para estas áreas e
pensar na sua
operacionalização no processo de reinvenção
de Coimbra, mas não é! O
grande problema e vontade: quer-se ou não reinventar a cidade?
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