quinta-feira, 8 de março de 2018

REINVENÇÃO: SIM OU NÃO?


Reinvenção: sim ou não?

Em novembro passado escrevi aqui sobre a necessidade de preparar a reinvenção Coimbra. Estava, então, longe de imaginar que que a palavra-chave da mensagem de ano novo do presidente da república seria reinvenção.

Obviamente que o mais importante da mensagem é o seu autor e não seu conteúdo, pelo que não há comparação entre a minha ambição para Coimbra e o desafio lançado pelo presidente da República. Contudo, ressalvando as devidas distancias, poder-se-á perguntar, agora que o novo ano corre em velocidade de cruzeiro, qual o efeito prático do discurso presidencial e se a minha ambição de ver Coimbra a reinventar-se se percebe ou pressente.

Focando-me em Coimbra e munido apenas do conhecimento elementar que chega a qualquer cidadão comum, pelo vê, ouve ou lê, não parece que haja novidades. Por um lado o puzzle político surgido das eleições autárquicas não alterou em nada a forma de governo da cidade e, por outro, o arquipélago de poderes que aqui pululam mantém-se pachorrentamente.

Assim, não se vê nem se sente qualquer grito de guerra motivador de uma energia coletiva que indicie transformações e caminhos inovadores, num tempo de grande necessidade imaginativa e criativa, em que a biopolítica e a política cultural, conjugadas com a coragem da novidade e da liberdade criadora libertem e potenciem as energias da cidade e recentrem a sua imagem e importância.

Reverter uma certa sensação de orfandade e de impotência que, mal ou bem, se foi instalando, é uma tarefa difícil mas necessária e seria importante aproveitar o começo de um novo mandato, assim como de um novo ano, para esforçadamente fazer esse combate e conseguir fazer emergir a luzinha da esperança numa cidade que precisa de se impor, sem queixumes ou desculpas.

Os tempos de justificado otimismo que se vivem no país ajudam, melhor impõem, uma capacidade e uma agilidade de pensamento e de ação por parte dos poderes formais e informais que levem ao aproveitamento das oportunidades que aí estão.

A equipa de cidades inteligentes e sustentáveis, a que Coimbra deve pertencer, caracterizam-se por um conjunto de variáveis de que os investigadores salientam: “Governance Inteligente” o que implica Participação–Serviços públicos e sociais, participação na decisão, governance transparente, estratégias políticas claras; e “Vida Inteligente” o que exige Qualidade de Vida – Atividades culturais, saúde, segurança, habitação de qualidade, turismo, equipamentos educacionais, coesão social.

Pode parecer um complicado caderno de encargos olhar para estas áreas e pensar na sua operacionalização no processo de reinvenção de Coimbra, mas não é! O grande problema e vontade: quer-se ou não reinventar a cidade?




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