quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A CERTEZA E A ESPERANÇA

Contrariamente ao que alguns pensam e ao que Salvador Dali declarou há mais de 50 anos, o centro do mundo não fica na gare de Perpignan. O centro do mundo fica aqui, em Coimbra. 
 
Como sabem o centro do mundo é um lugar especial de onde se pode olhar e ver tudo em redor. Melhor, é um lugar onde é obrigatório estar atento, perscrutar o horizonte e saber entender os sinais que a manhã traz e a noite confirma.

Claro que muitos e variados olhos vêm coisas diferentes mas vou agora, a partir daqui, a convite do Diário de Coimbra, falar pelos meus, recusando olhares orientados ou aconselhados. 
 
Aliás, para uma limpeza de olhar nada melhor que começar por ir hoje, a São Martinho do Bispo, à Feira dos 7. Ali é possível sentir o cheiro intenso e sincero de vida que se junta e convive, comer uma sandes de leitão e atirar-se a um saco de tremoços, o que ajudará a melhor ordenar as ideias e a ver o mundo, com a simplicidade e a humanidade de uma sabedoria procurada.

Com este ponto de partida e adotando uma narrativa com este guião, nada melhor do que começar por assumir o desafio da esperança decorrente da ação da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, que verá a sua direção eleita amanhã. 
 
Independentemente das questões legais/institucionais inerentes à sua organização e funcionamento, o que parece essencial é conseguir desde já um ambiente construtivo, baseado numa relação de confiança e numa vontade de trabalho conjunto.

Cansados de tantos estudos, planos estratégicos, declarações de intenções, etc., o que se espera é um entendimento imediato sobre uma agenda de articulação e inclusão intermunicipal que considere a eliminação dos nós górdios que os limites territoriais dos municípios em causa impõem aos cidadãos.

Acima de tudo, que este novo ciclo que agora se inicia se traduza por uma ação conjugada e uma visão de conjunto sem capelanias. Das acessibilidades e da mobilidade intercomunitária às questões da fiscalidade municipal, até ao incremento articulado de âmbito cultural e artístico - que num tempo de crise podem ser um pilar fundamental de desenvolvimento e de criação de riqueza -, há tanta coisa em que se pode de imediato avançar.

Todos os autarcas que vão estar á volta da mesa conhecem suficientemente bem a realidade própria e a vizinha e sabem que a união faz a força, pelo que se lhes pede que ao seu sentido de serviço público juntem um realismo inteligente. Este poderá e deverá ser o início de um tempo de esperança num futuro estruturado numa escala maior e, como tal, politica, económica, cultural e socialmente mais forte. 
 
Do centro do mundo proponho, para começar, um olhar próximo e de esperança na construção de um saudável entendimento entre os vizinhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

(Artigo publicado na edição de 7 de Novembro de 2013, do Diário de Coimbra)

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