Nestes dias negros e difíceis que
estamos a viver é importante tentar entender, tanto quanto possível, o que se
passa à nossa volta e o seu por quê. Muitas e variadas leituras são sempre
úteis e hoje resolvi revisitar “Um Tratado Sobre os Nossos Actuais
Descontentamentos” de Tony Judt, onde encontrei farta matéria de reflexão.
A certa altura deparei-me com
este parágrafo:
“A esquerda não conseguiu reagir
eficazmente à crise financeira de 2008 – e em geral ao afastamento do estado em
direcção ao mercado, nas três últimas décadas. Privados de uma história que
contar, há uma geração que os sociais-democratas e seus colegas liberais e
democratas têm estado na defensiva, a pedir desculpas pela sua própria política
e em geral muito pouco convencidos quando criticam a política dos adversários.
Mesmo quando os seus programas são populares, custa-lhes defendê-los contra
acusações de incontinência orçamental ou interferência governamental.”
Invocando o argumento da
autoridade, neste caso Tony Judt um reconhecido grande pensador contemporâneo,
direi que esta é uma verdade insofismável que assenta como uma luva naquilo que
vem sendo o comportamento do PS, para mais complexado pela conivência com o
processo que levou á vinda da famigerada troika e do batalhão de neoliberais radicais.
Ora, para que possamos por termo
à desgraça que nos assola, o PS tem de rapidamente passar á ofensiva
construindo uma alternativa credível e sólida, afastando fantasmas e
dispensando protagonistas de uma terceira via envergonhada, que ainda andam,
sem pudor, à espreita do poder que tão bem souberam entregar á direita.
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