sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A URGÊNCIA DA ESQUERDA



Nestes dias negros e difíceis que estamos a viver é importante tentar entender, tanto quanto possível, o que se passa à nossa volta e o seu por quê. Muitas e variadas leituras são sempre úteis e hoje resolvi revisitar “Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos” de Tony Judt, onde encontrei farta matéria de reflexão.



A certa altura deparei-me com este parágrafo:



“A esquerda não conseguiu reagir eficazmente à crise financeira de 2008 – e em geral ao afastamento do estado em direcção ao mercado, nas três últimas décadas. Privados de uma história que contar, há uma geração que os sociais-democratas e seus colegas liberais e democratas têm estado na defensiva, a pedir desculpas pela sua própria política e em geral muito pouco convencidos quando criticam a política dos adversários. Mesmo quando os seus programas são populares, custa-lhes defendê-los contra acusações de incontinência orçamental ou interferência governamental.”



Invocando o argumento da autoridade, neste caso Tony Judt um reconhecido grande pensador contemporâneo, direi que esta é uma verdade insofismável que assenta como uma luva naquilo que vem sendo o comportamento do PS, para mais complexado pela conivência com o processo que levou á vinda da famigerada troika e do batalhão de neoliberais radicais.



Ora, para que possamos por termo à desgraça que nos assola, o PS tem de rapidamente passar á ofensiva construindo uma alternativa credível e sólida, afastando fantasmas e dispensando protagonistas de uma terceira via envergonhada, que ainda andam, sem pudor, à espreita do poder que tão bem souberam entregar á direita.



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