Hoje há um fervilhar de notícias que dão a ideia de como
este país é único, multifacetado e moderno. Somos pequeninos mas temos de
tudo. Há de tudo nesta Pátria portuguesa, "...a quem devemos sacrificar a nossa vida animal e transitória.", segundo Teixeira de Pascoaes, na sua Arte de Ser Português.
Apenas três excitantes exemplos. Temos a grande política com a proposta de revisão
constitucional do PSD, a pretender consignar constitucionalmente as maldades do capitalismo neoliberal, no preciso momento em que as suas consequências perversas mais se fazem sentir, sepultando algumas ténues ideias social-democratas e procurando utilizar este momento conturbado para preparar uma eventual chegada ao poder com o caminho aplainado para realização das políticas neoliberais defendidas pela sua actual direcção.
A seguir podemos seguir as peripécias que envolvem a tourada que o
CDS vai realizar nas Caldas - na cidade das Caldas e não no Largo do
Caldas, note-se -, numa iniciativa em que se acredita não haverá as "bandarilhas de esperança" de que nos fala José Carlos Ary dos Santos na sua Tourada. Mas percebe-se que, na sequência da proposta de "coligação de governo" apresentada há dias por Paulo Portas, nada melhor do que avançar agora com uma tourada.
Também temos a notícia da prisão, pela Unidade de Combate Nacional ao Terrorismo da PJ, de um serial killer, o que dá uma dimensão espectacular ao evento e permite especular sobre o enquadramento e importância do criminoso. Enquanto nos Estados Unidos reina uma enorme confusão nos serviços de segurança, nomeadamente nos que têm por missão o combate ao terrorismo, nós por cá demonstramos a eficácia dos nossos serviços de segurança.
Depois há uma notícia de política internacional, em que estamos envolvidos, que coroa tão diversificadas notícias - a adesão à CPLP da Guiné Equatorial, um país de língua castelhana, com um regime ditatorial. Se não temos dado pela existência da CPLP o mesmo não acontece com o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo que a descobriu e a pretende enriquecer com os seus méritos políticos. Há, é bom ter presente que na Guiné Equatorial o português já passou a ser língua oficial e já se escreve petróleo ainda que se continue a utilizar o sinónimo castelhano oro negro.
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