Face à enorme incerteza que nos
rodeia a política passou a assumir uma dimensão muito mais modesta do que
aquela a que estávamos habituados. Os tempos de enorme contingência que vivemos
trouxeram-nos uma grande insegurança, levando-nos a duvidar da possibilidade de
tomar boas e racionais decisões.
Por outro lado vivemos órfãos de
grandes líderes, a quem seguíamos sem reservas, e passámos a dispor de uma
maior capacidade de intervenção política e pública, potenciada por mais
conhecimento, mais informação e por uma rede de contactos imediatos, o que nos
permite questionar e por em crise qualquer verdade insofismável que nos
apresentem.
Neste contexto temos de encontrar
um novo tipo de líder. Um líder com uma superior argúcia, uma enorme capacidade
de leitura global da realidade, de adaptação perante as situações e de
formulação de respostas consentâneas com um quadro referencial de valores e de
princípios de âmbito colectivo, que tende a evoluir de forma vertiginosa.
Temos, por outro lado de
considerar o contexto do exercício da sua liderança e ter em conta as
competências e capacidades mais adequadas á defesa e enriquecimento de um
projecto político que tenha em conta o momento de enorme complexidade e
turbulência que existe e que, tudo indica, vai ser regra doravante.
Para mais a esquerda atravessa um
momento de grande nostalgia, de pessimismo e de descrença que é preciso vencer
e, por isso, não pode perder tempo num arcaico politicamente correcto que não
tem a ver com o presente e muito menos com o futuro.
Por tudo isto procuram-se, cada
vez mais, líderes capazes de sobreviver em sociedades extremamente complexas e
imprevisíveis e, à esquerda, líderes que recuperem a esperança e sejam capazes
de transformar a política revertendo a ideia de fatalidade que atacou a
esquerda e a tem levado a fazer a política da direita.
Estrutural e organicamente os
partidos estão obrigados a mudar: A realidade vai impor-se-lhes, sem qualquer
dúvida, pelo que, no essencial, precisam, isso sim, de encontrar os tais
líderes que tenham ideias, tragam caminhos de esperança, palavras de confiança
e o vento mobilizador que arrasta.
Por mim, numa reflexão, tão
atenta e informada quanto possível, e neste quadro de entendimento, e porque o
PS precisa de voltar a sentir-se confortável com a ideia de progresso e de
futuro, fui ganhando a convicção de que Francisco Assis é a melhor solução para
liderar o PS e, por isso, tem o meu apoio.
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