Desde o primeiro momento que tenho sido uma voz isolada na discordância com a instalação da videovigilância na Baixa de Coimbra.
Sempre entendi que a sua instalação era um erro em termos de custo/benefício e que não só não iria resolver nenhum problema mas, bem pelo contrário, iria afastar as pessoas daquele espaço. É que a existência da videovigilância num contexto urbano de espaço aberto é só por isso um elemento indutor de medo e provocador de esvaziamento humano.
Mais, comprometeria ainda mais a presença da polícia na Baixa, essa sim fundamental, já que levaria à necessidade de realizar um "policiamento de gabinete", com um polícia olheiro, retirado do terreno, a "vigiar" pacatos cidadãos ou o vazio, instalado algures numa cadeira.
A dimensão dos problemas não justificava tal opção, mas a incapacidade do governo da cidade de desenhar políticas adequadas aos problemas que a Baixa vem enfrentando levou à adopção duma modernidade perversa que mais não fez do que colocar um ferrete sobre um espaço que não necessitava de mais ataques mas de iniciativas que o "puxassem para cima" e o requalificassem sabiamente.
Agora vai-se percebendo que a videovigilância é um bluff e uma fuga aos verdadeiros problemas, com custos directos de manutenção que não são conhecidos mas com enormes custos indirectos a nível de imagem e, mais grave ainda, de depreciação económica de um espaço que, para sobreviver, necessitava, isso sim, de ser valorizado.
Câmara e Governo estiveram de mão dada num disparate, como vem sendo provado e que será exuberantemente comprovado quando se conheceram os custos dum distante e ineficaz policiamento de gabinete.
A videovigilância na Baixa de Coimbra representa uma total cegueira sobre os reais problemas da cidade e a ausência de uma inteligência criativa tão necessária à sua solução.
A videovigilância na Baixa de Coimbra representa uma total cegueira sobre os reais problemas da cidade e a ausência de uma inteligência criativa tão necessária à sua solução.
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