Depois
de um intensa campanha eleitoral para as autárquicas, que, aqui em
Coimbra, gerou variadas expectativas pelo aparecimento de novos
protagonistas em candidaturas independentes e porque, em
consequência, o quadro político a nível do Município acabou por
sofrer alterações, é legitimo perceber o que mudou ou está em
mudança.
Será,
porventura, muito cedo para se perceber o que verdadeiramente vai
acontecer, o tempo ainda é de aprendizagem e de ajustamento
e, em aspetos mais concretos, só com a a discussão e aprovação do
orçamento para o próximo ano se perceberão os equilíbrios e as
intenções das
diversas forças políticas e dos
novos
protagonistas.
Uma
questão que sempre se coloca é a de ver até que ponto candidaturas
autárquicas independentes não são mais do que expressões de
ambições de poder pessoal e/ou de necessidade de satisfação de
egos que foram sendo cultivados e adubados em diferentes campos de
batalha.
Se
a capacidade de Coimbra para gerar novos e qualificados políticos,
tão necessários ao governo da cidade, é por vezes questionada o
problema maior é conseguir que essa nova geração se interesse pela
vida autárquica e não viva
o sonho,
que tantos estragos tem provocado, de
emigração para o
eldorado
político que é a
capital.
Há
um capital humano nesta área que tem sido esbanjado, em muitos casos
porque a cidade é difícil e desmotivadora e também porque a nível
partidário há dificuldades de renovação, fazendo questão de
valorizar mais em momentos eleitorais figuras ditas “independentes”
do que jovens quadros que necessitam de projeção e tarimba.
Não
sei se o atual mandato autárquico irá trazer novidades positivas
decorrentes do
desenho do quadro político autárquico saído das recentes eleições.
Por
mim não tenho expectativas de alterações substancias em relação
ao passado recente, parecendo-me que uma sentida necessidade de
reinvenção de Coimbra implicará, isso sim, que os partidos e
forças políticas locais trabalhem mais afincadamente na renovação
e preparação de uma nova geração de autarcas que é inevitável
ter de surgir no próximo mandato.
O
futuro da cidade vai jogar-se sobretudo fora da gestão corrente da
Praça 8 de Maio, porque a
preocupante percentagem de abstenção e a necessidade de respostas
inovadoras, que muitas cidades por essa Europa fora vão desenhando e
aplicando, vão obrigar(!) à
adoção de novas políticas e também ao aparecimento de novos
protagonistas. É inevitável e o tempo corre célere.
A
palavra de ordem só pode ser uma: preparar
a reinvenção de Coimbra!
(Artigo
publicado na edição de 30 de novembro do Diário de Coimbra)
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