Fora
de Coimbra, tenho procurado acompanhar, concretamente através da
comunicação social e em particular das televisões, as
consequências das Depressões Elsa e Fabien.
Se
as imagens são elucidativas do Vale do Mondego inundado partir de
Coimbra e dos graves problemas para as populações de Soure e
especialmente de Montemor-o-Velho têm vindo a enfrentar, também é
possível perceber que alguns espaços e equipamentos importantes da
cidade de Coimbra não foram poupados.
Contudo,
tem sido evidente a ausência dos responsáveis institucionais do
Município, seja na identificação dos estragos e dos problemas para
as instituições e os cidadãos de Coimbra. Admito que no terreno
estejam a trabalhar denodadamente mas a verdade é que não me
apercebi até agora da existência de qualquer presença mediática a
identificar os problemas concelhios e a transmitir uma imagem de
liderança na sua resolução.
Já
aquando dos grandes fogos, que assolaram dramaticamente a região
centro e mesmo Coimbra em anos anteriores, houve um quase
institucional silêncio solidário, contrariamente ao que aconteceu
com cidadãos e empresas de Coimbra que se solidarizaram com os
habitantes dos municípios da região e lhes doaram de imediato bens
e assistência de uma forma espontânea mas algumas vezes angustiados
e limitados na sua generosidade por não saberem como fazer chegar de
forma organizada e controlada os seus contributos.
Ora
esta repetição de ausência de, pelo menos, uma palavra
institucional de solidariedade – incluindo dos Deputados pelo
círculo de Coimbra -, vem agravar a imagem de uma cidade que
pretende ser liderante na Região mas que nos momentos difíceis está
ausente, entretida muitas vezes em questiúnculas de que são
exemplos certos “debates” no Executivo municipal.
É
recorrente uns acusarem Coimbra de perda de influência, outros
dizerem exatamente o contrário e alguns sonharem-na Capital
Regional, mas o que parece evidente é que uma cidade com a sua
dimensão e com as óbvias mal-querenças bipolares que enfrenta dos
que partilham o país, tem de se agarrar aos seus vizinhos
apoiando-os e tornando-os permanentes parceiros de alegrias e
sofrimentos se quer singrar.
Há
uma prática e um simbolismo que são fundamentais na perceção dos
cidadãos à aceitação de uma cidade que não sendo a sua partilha
da sua vida e os ajuda, especialmente nos momentos difíceis e isto é
um trabalho permanente que não permite omissões sob pena de cada
vez mais ver, como vai acontecendo com as águas do Mondego, escoar o
seu prestígio e a sua importância.
Mais
importante do que parangonas a noticiar grandiosos festejos de
fim-de-ano seria importante ouvirmos palavras e conhecermos atos de
apoio e de solidariedade de Coimbra para com os atingidos – os de
casa e os vizinhos - pelo infortúnio destes dias depressivos de
ventos e de cheias.
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