quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

BULLYING POLÍTICO GOVERNAMENTAL E QUALIDADE DE VIDA LOCAL



1. Na tentativa de encontrar uma partícula de entendimento sobre a política do governo resolvi pedir ajuda a Edouard Balladour e revisitei o seu livro “Maquiavel em Democracia”. Confesso que não encontrei pistas significativas porque a incoerência e inconsistência de discursos e de práticas são tão grandes que a racionalidade maquiaveliana não comporta elementos de análise suficientes para compreender o que se passa nas cabeças políticas que nos governam. É óbvio que há pecados originais na constituição do governo, dado que o seu programa pouco tem a ver com a matriz ideológica de que os partidos no poder se arrogam e então a sua prática política é absolutamente contraditória com os compromissos eleitorais. Mas o mais perturbador é ver que não há o mínimo de pudor na exposição da sua incoerência e inconsistência governativa. Os exemplos são tantos, de defesa de uma ideia hoje e do seu contrário amanhã, que se começa a acreditar que o verdadeiro objetivo final é transformar-nos num país tão surrealista que nem aqui tem cabimento o surrealismo.

Este governo vai ficar na história pelo bullying político a que nos tem vindo a sujeitar, dado que o bullying se caracteriza por um comportamento agressivo e negativo, que é executado repetidamente e que ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Para mais as técnicas usadas no bullying, estão todas presentes na ação política quotidiana do governo: insultos à vítima; espalhar rumores negativos para a depreciar; fazer comentários depreciativos sobre a família da vítima; usar de sarcasmo evidente, etc. É isto que o que o governo permanentemente nos faz.

2. Em Coimbra, estabelecem os rankings, há o melhor estabelecimento hospitalar do país e áreas de excelência no tratamento de diversas patologias, o que deve merecer não só um forte aplauso a todos os profissionais que aí trabalham mas também de nos encher de orgulho e sobretudo de determinação em contribuir para superar alguns problemas que sendo colaterais ao exercício da medicina têm consequências na perceção da competência da cidade para enquadrar a sua qualidade e sofisticação. Temos de convir que é difícil explicar a alguém que vem de fora a existência de uma elevada competência técnica, por exemplo na área da microcirurgia, quando não somos capazes de arranjar uma solução adequada de circulação e estacionamento junto dos estabelecimentos hospitalares. Isto é, sabemos resolver problemas de delicadeza e destreza a um nível ínfimo e não somos capazes de encontrar solução para questões primárias de circulação e aparcamento de viaturas. É fundamental ter presente que o contexto em que uma atividade de excelência é exercida implica igualmente um ambiente condizente e que se queremos prestar serviços altamente qualificados a clientes internacionais temos de cuidar desses parâmetros imagéticos e organizacionais, sem esquecer o que é o verdadeiro e imerecido calvário diário dos doentes e familiares, para além dos próprios profissionais de saúde, com as questões de circulação, acesso e estacionamento automóvel. É urgente que sob a liderança da Câmara e com a colaboração dos responsáveis pelos serviços de saúde se encontrem soluções inovadoras e inteligentes nesta área, porque esta é uma questão de qualidade de vida dos que aqui vivem e trabalham, um sedativo para os que procuram ajuda e uma condição de sucesso na atratividade de potencias clientes dos serviços instalados.

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