1. Na tentativa de encontrar uma partícula de entendimento
sobre a política do governo resolvi pedir ajuda a Edouard Balladour e revisitei
o seu livro “Maquiavel em Democracia”. Confesso que não encontrei pistas
significativas porque a incoerência e inconsistência de discursos e de práticas
são tão grandes que a racionalidade maquiaveliana não comporta elementos de
análise suficientes para compreender o que se passa nas cabeças políticas que
nos governam. É óbvio que há pecados originais na constituição do governo, dado
que o seu programa pouco tem a ver com a matriz ideológica de que os partidos
no poder se arrogam e então a sua prática política é absolutamente contraditória
com os compromissos eleitorais. Mas o mais perturbador é ver que não há o
mínimo de pudor na exposição da sua incoerência e inconsistência governativa.
Os exemplos são tantos, de defesa de uma ideia hoje e do seu contrário amanhã,
que se começa a acreditar que o verdadeiro objetivo final é transformar-nos num
país tão surrealista que nem aqui tem cabimento o surrealismo.
Este
governo vai ficar na história pelo bullying político a que nos tem vindo a
sujeitar, dado que o bullying se caracteriza por um comportamento agressivo e
negativo, que é executado repetidamente e que ocorre num relacionamento onde há
um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Para mais as técnicas
usadas no bullying, estão todas presentes na ação política quotidiana do
governo: insultos à vítima; espalhar rumores negativos para a depreciar; fazer
comentários depreciativos sobre a família da vítima; usar de sarcasmo evidente,
etc. É isto que o que o governo permanentemente nos faz.
2. Em Coimbra, estabelecem os rankings, há o melhor estabelecimento hospitalar do país e áreas de
excelência no tratamento de diversas patologias, o que deve merecer não só um
forte aplauso a todos os profissionais que aí trabalham mas também de nos
encher de orgulho e sobretudo de determinação em contribuir para superar alguns
problemas que sendo colaterais ao exercício da medicina têm consequências na
perceção da competência da cidade para enquadrar a sua qualidade e
sofisticação. Temos de convir que é difícil explicar a alguém que vem de fora a
existência de uma elevada competência técnica, por exemplo na área da
microcirurgia, quando não somos capazes de arranjar uma solução adequada de
circulação e estacionamento junto dos estabelecimentos hospitalares. Isto é,
sabemos resolver problemas de delicadeza e destreza a um nível ínfimo e não somos
capazes de encontrar solução para questões primárias de circulação e aparcamento
de viaturas. É fundamental ter presente que o contexto em que uma atividade de
excelência é exercida implica igualmente um ambiente condizente e que se
queremos prestar serviços altamente qualificados a clientes internacionais
temos de cuidar desses parâmetros imagéticos e organizacionais, sem esquecer o
que é o verdadeiro e imerecido calvário diário dos doentes e familiares, para
além dos próprios profissionais de saúde, com as questões de circulação, acesso
e estacionamento automóvel. É urgente que sob a liderança da Câmara e com a
colaboração dos responsáveis pelos serviços de saúde se encontrem soluções
inovadoras e inteligentes nesta área, porque esta é uma questão de qualidade de
vida dos que aqui vivem e trabalham, um sedativo para os que procuram ajuda e
uma condição de sucesso na atratividade de potencias clientes dos serviços
instalados.
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