Por mim, e pela
experiência acumulada, parece-me que um documento sintético, sem palavras vãs
ou promessas incumpríeis, seria o ideal. Ninguém, hoje, lê um programa
eleitoral ou, pior ainda, acredita em qualquer programa eleitoral.
Mas o exercício
é necessário e útil. Obriga os candidatos a ordenar ideias, dá aos eleitores
fidelizados uma justificação de voto e aos mais reflexivos uma busca de
mensagens, explícitas e implícitas, para uma tomada de decisão. Diga-se que a
decisão mais difícil, no contexto de desconfiança e de desconforto com a ação
dos políticos, é a de ir votar, mas adiante.
Independentemente
da forma, que os consultores de marketing mais ou menos encartados, irão
aconselhar e determinar e que não é despiciendo, o que será que os eleitores de
Coimbra esperam ler? Sinceramente não sei! Cada cabeça sua sentença, como diz o
povo. Cá por mim, gostava de ser confrontado com uma proposta de reinvenção da
minha cidade.
Uma cidade de
história e cenário, mas confusa e hesitante, que precisa urgentemente de um
novo paradigma existencial. Com tradições adulteradas, espaço desqualificados e
valores pervertidos, parece-me que há uma reconstrução a fazer em que os
futuros autarcas têm um relevante papel a desempenhar.
Há um novo
espaço público, em que a transparência e o debate assumem particular
importância, e a nossa futura Câmara tem de ser uma plataforma de encontro e de
partida para novas e aliciantes realidades.
Vivendo, o que
podemos chamar de uma “economia de guerra”, sabemos que os escassos meios
financeiros de que dispomos exigem não só uma gestão criteriosa mas um
direcionamento cirúrgico. Este é um tempo de grande contenção, mas,
simultaneamente, um tempo de coragem e de grande ambição no sentido do desenho
do futuro. Um futuro digno e, mais uma vez, singular.
Como eu gostava
que me apresentassem uma proposta de reinvenção de Coimbra!
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