sábado, 2 de junho de 2012

NÃO HÁ ESPIÕES EM COIMBRA



A boa notícia é que os jacarandás estão aí esplendorosos de flores, tal como os seus congéneres de Lisboa. Por eles não há diferenças entre a capital e a província. A eles o nosso obrigado.

A má notícia é que por cá não temos espiões. Ninguém nos espia, ninguém quer saber da nossa vida, ninguém investiga os nossos amigos, gostos e as nossas manias pessoais. É frustrante.

Das nossas empresas também não há notícia de guerras, apenas um silêncio de falências.

Parafraseando Zeca podemos dizer que: “Eles espiam tudo e não nos deixam nada.”

Não será bem assim. Temos um arremedo de espionagem, muito primária, sobre algumas cenas de saias e de copos, mas coisas menores que não ajudam a que convidemos John le Carré para se instalar na Casa da Escrita a congeminar o enredo do seu novo livro.

Falta-nos mundo, cosmopolitismo e sofisticação e, sobretudo, grandes empresas de comunicação social como aquelas que agora se entretêm a vender-nos histórias de espiões, como se todas elas não fizessem “coisas daquelas” e não andassem, todas elas, todos os dias, a aliciar “gente daquela”.

Apesar de tudo ainda há esperança que apareça um sms, dum agente secreto conhecido, sobre o Metro Mondego. Um sms a propor a nomeação do Dr. Carlos Encarnação para tratar do processo.

Se não há devia haver e, por isso, se for possível acrescentem lá isso no processo de investigação.

Nós merecemos um pouco de atenção, até porque conseguimos transformar, com a natural apatia coimbrã, um drama local numa comédia nacional.  

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