A boa notícia é que os jacarandás
estão aí esplendorosos de flores, tal como os seus congéneres de Lisboa. Por
eles não há diferenças entre a capital e a província. A eles o nosso obrigado.
A má notícia é que por cá não
temos espiões. Ninguém nos espia, ninguém quer saber da nossa vida, ninguém
investiga os nossos amigos, gostos e as nossas manias pessoais. É frustrante.
Das nossas empresas também não há
notícia de guerras, apenas um silêncio de falências.
Parafraseando Zeca podemos dizer
que: “Eles espiam tudo e não nos deixam nada.”
Não será bem assim. Temos um
arremedo de espionagem, muito primária, sobre algumas cenas de saias e de
copos, mas coisas menores que não ajudam a que convidemos John le Carré para se
instalar na Casa da Escrita a congeminar o enredo do seu novo livro.
Falta-nos mundo, cosmopolitismo e
sofisticação e, sobretudo, grandes empresas de comunicação social como aquelas
que agora se entretêm a vender-nos histórias de espiões, como se todas elas não
fizessem “coisas daquelas” e não andassem, todas elas, todos os dias, a
aliciar “gente daquela”.
Apesar de tudo ainda há esperança
que apareça um sms, dum agente secreto conhecido, sobre o Metro Mondego. Um sms
a propor a nomeação do Dr. Carlos Encarnação para tratar do processo.
Se não há devia haver e, por
isso, se for possível acrescentem lá isso no processo de investigação.
Nós merecemos um pouco de atenção,
até porque conseguimos transformar, com a natural apatia coimbrã, um drama
local numa comédia nacional.
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