segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ETERNO RETORNO


Por vezes apetece ficar farto de eleições. E isto porque se é democrata. É que parte das eleições não passam de meros rituais.

Que motivação se pode encontrar se o vencedor já está encontrado, o discurso não tem contraditório e depois de aplaudido nunca mais se encontra na prática?

Há momentos em que até a intriga criadora e a conspiração bondosa se esfumam perante a inevitabilidade e este é um deles. Para mais, quando mais fazem falta ideias, pior é. É que por detrás da porta está o poder, esse maldito veneno que inibe corajosos e espicaça oportunistas.

É verdade que se voto logo existo mas a existência pode ser precária, cheia de dores e de solidão se não é o voto certo - explicitamente demonstrado -, se não é o voto no vencedor. Pior ainda, se não se vota bem e se apregoam ideias.

É dura a democracia. Para resultar melhor deviam ser sempre as minorias a ganhar. E resultava. Há alguns que estão sempre com a maioria mesmo que esta mude e zaguezaguei e por isso mereciam perder sempre. O pior eram os ressentidos que podiam acabar por ganhar e um vencedor ressentido é um perigo.

Não me julguem mal. Não aqui nenhum agastamento democrático mas tão só a tentativa de compreender o que era isso do "Eterno retorno" de que, por exemplo, falava Nietzsche.

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