A saída da Universidade de Coimbra
(UC) do top 500 do “Ranking de Xangai” foi uma má notícia, que
levou o Reitor a uma tomada de posição e a um esclarecimento à
comunidade universitária e o Presidente do Conselho Geral, professor
João Caraça, à publicação de uma artigo no jornal Público, em
23 de agosto p.p.: “Para quê os rankings?”, procurando
desvalorizar a situação sem, contudo, deixar algumas interrogações
que devem merecer atenção e reflexão.
Independentemente das explicações
para o sucedido, parece importante e urgente que a comunidade
universitária considere o sucedido como sintoma de que alguma coisa
não vai bem, porque, como diz o professor João Caraça, os rankings
vieram para ficar e são um instrumento de negócio ou de poder.
Contudo, numa cidade como Coimbra em
que a universidade e a cidade estão de tal forma interligadas, que a
cidade se apresenta como um verdadeiro campus universitário,
é imperioso que todos nos empenhemos na consideração de tudo o que
possa contribuir para a melhoria do seu ranking global =
cidade+universidade.
Se o ensino, a investigação e a
produção cientifica são questões académicas, o espaço físico
em que essa atividade se desenvolve é, sempre foi - Coimbra sabe-o
bem – uma componente de grande importância, que tem de ser
devidamente considerada, pelo que, vencer capelas de poder e criar um
estado de espírito positivo e cooperativo entre o governo da cidade
e o governo universitário é fundamental.
Quando, neste mundo global, um
estudante faz uma opção por uma universidade considerará, decerto,
vários indicadores: as ofertas formativas; os rankigs; os custos
diretos e indiretos; e muitos outros fatores como a segurança, os
transportes, o ambiente cultural, desportivo ou de lazer que a cidade
de acolhimento oferece.
Hoje, em Coimbra, por exemplo, o
estado dos espaços envolventes dos estabelecimentos universitários
é deprimente. E ninguém está isento de culpa. Foi uma luta de anos
para conseguir que o Paço das Escolas deixasse de ser um parque
auto. Mas, ainda agora, o espaço fronteiro à sua entrada e à
Faculdade de Letras e Biblioteca Geral continua a ser um parque de
estacionamento universitário. Ali, onde impera o ensino das
Humanidades, os deuses são os carros. No Polo II há uma caótica
sensação de abandono – veja-se os passeios. No Polo III a
confusão e a má qualidade de acessos é gritante. E ninguém sabe
verdadeiramente de quem à responsabilidade por este estado de
coisas.
Há, portanto, muito a fazer para
melhorar o ranking, um ranking diário que a todos aproveita, o que
impõe uma verdadeira e consistente aproximação institucional. Uma
reunião do Presidente da Câmara e do Presidente da Assembleia
Municipal, com o Reitor e o Presidente do Conselho Geral da UC para
definir uma estratégia de avaliação, reflexão e atuação
concertada de valorização e desenvolvimento da Cidade e da
Universidade seria um bom começo. E, depois, trabalho concertado!
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