sexta-feira, 7 de setembro de 2018

COIMBRA E OS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS


Era desnecessário escrever sobre este assunto porque, estou certo, todos os leitores sabem que por estes dias se realizam em Coimbra os Jogos Europeus Universitários (EUG2018), que, como diz o secretário-geral da organização, é o maior evento multidesportivo realizado em Portugal.

Trata-se de um evento que está profusamente divulgado, nomeadamente pela cidade e municípios vizinhos, até porque as provas de canoagem vão ter lugar em Montemor, e que, como todos os conimbricenses sabem, envolverá 4500 atletas, de 13 modalidades, em representação de 40 países e 350 universidades.

É um grande acontecimento de dimensão nacional e repercussão internacional, qualquer coisa como metade de uns jogos olímpicos, que levou a uma preparação complexa e a um investimento importante em instalações desportivas, coisa que todos os conimbricenses conhecem e os enche de satisfação.

Já que o EURO2004, por desencontro de vontades, não permitiu a renovação do Estádio Universitário, agora passados 14 anos, há por ali beneficiações importantes e vê-se que a Cidade está entusiasmadíssima com o facto.

Aliás, só alguém muito distraído ignorará este acontecimento, porque, desde as entradas da cidade até aos locais estratégicos de maior circulação, são visíveis cartazes e outdoors de divulgação, o que, obviamente, eleva a auto-estima dos habitantes e suscita a admiração dos visitantes, particularmente dos turistas, pela a importância da cidade e da sua universidade e a dimensão que a mesma têm a nível internacional.

Hoje, quando é cada vez mais importante a “economia” do ensino e se disputam alunos de todos os cantos do mundo para frequentarem as nossas universidades, este é sem dúvida um excelente elemento de marketing que foi devidamente aproveitado e por isso a enorme divulgação que está a ter.

Numa cidade do conhecimento - que parece desconhecer-se por andar permanentemente a questionar-se sobre a sua identidade e futuro -, e que continua a ser vista como a Cidade Universitária do país, este é um momento que está a ser muito bem aproveitado e para o qual a cidade no seu todo se preparou devidamente, sabendo que há poucos acontecimentos como este que, de forma tão eficaz e económica, lhe permitirão divulgar a sua vocação universal de ensino e investigação e de smart city.

De repente lembrei-me daquela história do mestre e do discípulo que caminhavam lentamente, a meio da noite, e de súbito o discípulo diz, a meia voz: “Que silêncio”, a que o mestre responde: “Não digas que silêncio. Diz, não oiço nada.”

Sem comentários:

Enviar um comentário