Quando
leio os elogios à beleza da nossa Biblioteca Joanina lembro-me da
afirmação de que a genialidade é cara e da
afirmação de D. H. Lawrence de que toda a cultura é construída a
partir do “esterco do dinheiro”.
Não
dispondo do ouro do Brasil para obras geniais, mas sendo público que
a Câmara tem uma boa saúde financeira e disponibilidades de
investimento, penso
que é legitimo esperar que a Cultura seja colocada como uma
prioridade central da política autárquica.
Por
outro lado, há uma “cultura urbana”, com um sentido de elementar
utilidade, que de igual modo deverá merecer uma particular atenção
e que radica na genialidade
da
realização de pequenas/grandes intervenções na
cidade, para
melhoria
da sua imagem e da qualidade de vida dos seus
cidadãos.
Quem
não desejaria ver as entradas da cidade limpas, bonitas, floridas,
bem arranjadas? São as portas da nossa casa, que num primeiro
momento nos qualificam aos olhos de quem nos visita, e que dispõem
bem quem aqui trabalha e por elas entra diariamente.
Quem
não desejaria ver uma boa sinalização do caminho para os seus
monumentos, jardins, estabelecimentos de ensino e saúde, hotéis,
locais de estacionamento, etc.?
Quem
não desejaria ver boas e cuidadas infraestruturas e
encantar-se com uma cidade com arte urbana de qualidade e uma limpeza
impecável?
Quem
não desejaria encontrar mais e mais inovadores parques infantis, de
que os mais pequenos pudessem usufruir no inverno e durante os
tórridos dias de verão – há tantas e interessantes soluções de
cobertura -, e espaços para desporto informal, para mais numa cidade
universitária?
E
locais propícios ao convívio
dos
seniores
- os maiores, na
terminologia dos
nosso vizinhos espanhóis -, quem
não os
desejaria?
E
poderíamos continuar com estes desejos, que
são realidade nas mais diversas cidades por essa Europa fora. Aliás,
seria
útil
e
interessante que autarcas e dirigentes municipais fosse “obrigados”
a visitas de trabalho a cidades europeias, para verem e conhecerem
soluções aí
adotadas
e
testadas.
Mais
do que grandes obras, que, aliás, têm sido motivo de grande
frustração coletiva, percebe-se o desejo de uma urgente e
minuciosa
atenção para com a cidade. Monumentos
e história
de
há muito que existem.
Porque
é primavera e estamos em abril, cuja dia 17 não terá sido
devidamente lembrado, será o tempo ideal para olharmos amorosamente
a nossa cidade e
a cuidarmos como
merece e precisa.
E,
não esquecer, que abril, para além de liberdade e democracia, é
também sinónimo de cultura.
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