quinta-feira, 5 de outubro de 2017

RECOMEÇAR COM MÚSICA


UFA! Esta coisa das campanhas eleitorais cansa mesmo a quem assiste no sofá. É verdade que ainda há por aí uns acertos e uns acordos a fazer mas já podemos descontrair, respirar fundo e recomeçar a ocupar-mo-nos, a tempo inteiro, da salvação do país e do mundo.

A salvação do mundo não é coisa fácil mas é sempre um bom e inesgotável tema para mais quando agora o percorremos e o vemos em pormenor em qualquer ecrã de televisão ou monitor de computador sem a estranheza de outros tempos mas com a estupefação do presente.

Como antídoto para a angustia que nos tenderá a invadir e para adoçar os sentidos, ocultar sofrimentos podemos escolher ouvir Louis Armstrong a cantar “What a Wonderful World”. É remédio certo!

É evidente que não vamos livrar-mo-nos dos comentadores, analistas e politólogos que nos cercam e dos tarólogos que vão aparecer em força no final do ano para nos transmitirem o que as cartas augurem para o novo ano. Mas mais uma vez talvez possamos recorrer à música.

Por exemplo quando os penteados de Trump e de Kin Jon-Un nos invadirem o sossego podemos apelar a Boris Vian e ouvir “Le Deserteur” e se nos falam da Venezuela ou do Irão porque não ouvir-mos a Orquestra Filarmónica de Viena, dirigida pelo extraordinário jovem maestro venezuelano Gustavo Dudamel, a executar a “Dança dos Escravos Persas” de Mussorgsky?

A Europa e os seus dilemas poderá motivar muitas e boas audições musicais e não me refiro aos clássicos, sugiro por exemplo Richard Galliano a executar “French Touch”, face à nova realidade política francesa, ou Juliette Gréco a cantar “Amours Perdues”, quando se pensa no Brexit.

Hoje temos a emergente questão catalã ou a questão espanhola, talvez mesmo a questão ibérica, o futuro nos irá dizer, mas talvez o melhor seja recorrer a Jordi Saval e ouvir-mos “Les Nations”, ainda que possamos apelar, pode parecer estranha a sugestão, a Johnny Cash e ao seu “I Walk The Line”.

Confesso que no que toca à nossa política interna não me atrevo a qualquer sugestão. Há tanta música e tantos artistas que diariamente executam brilhantes variações, que seria um exercício dificílimo e despiciendo. Arrisco, no entanto, pelo crescendo de emoções que a aprovação do orçamento e as eleições no PSD implicam que se oiça o “Bolero” de Maurice Ravel.

Nestas insólitas e desgarradas sugestões, e porque não sei quem são os leitores do Diário de Coimbra que têm a paciência de ler esta coluna, sugiro que oiçam “Jazz Suite, Waltz No. 2”, de Dimitri Shostakovich. Vão ver como o dia vai ficar diferente.

Claro que para terminar não podia deixar de recomendar o disco de Leonard Cohen “ Popular Problems” e concluir com o “Don’t Worry, Be HappY”, de Bobby McFerrin.

Um bom e feliz recomeço!





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