Depois
das eleições americanas, da aprovação do orçamento e enviados os votos de Boas
Festas, entra-se, em força, nas eleições autárquicas do próximo ano. Vão ser
nove meses de intensa atividade política para dar à luz um novo executivo e uma
nova assembleia municipal, bem como novas assembleias de freguesia.
Vão
ser meses de semear e de colher num terreno fértil de armadilhas e em que,
antes do combate final entre os diversos protagonistas, haverá surpreendentes
peripécias e “sangrentas escaramuças familiares”, cuja estratégia já está em desenvolvimento.
No
que toca à batalha principal, a conquista da Câmara, podemos anotar, como ponto
de partida, que há uma certeza: o candidato do PS será o Dr. Manuel Machado.
Por aqui o jogo de intrigas e de golpes e contragolpes terá a ver com os
restantes lugares da lista e com a tentativa de surpreender para combater o
desinteresse inerente ao conhecimento que os eleitores têm do candidato.
O
PSD, por seu lado, ambiciona um candidato surpresa, capaz de fazer esquecer o
desaire da sua anterior gestão e da frágil oposição que realizou e pergunta-se
sobre o mérito de uma aliança com um inexistente CDS. Tudo isto a ser jogado,
obviamente, em Lisboa porque por aqui não parece que haja grande capacidade de
entendimento.
O
CDS angustia-se com a hipótese de não vir a ser requestado pelo PSD e ficar
ainda mais perdido do que tem andado. Vai aguardar enquanto puder, na esperança
de não ficar solteiro e indefeso, apresentando como dote os seus trunfos
desportivos.
O
PCP apresentar-se-á como CDU, como é dos livros, e apesar dos miados de certos
gatos urbanos, tudo indica que apresentará o seu candidato, um contido
protagonista, com a convicção de que o trabalho no terreno junto do seu fiel
eleitorado voltará a dar-lhe um lugar no executivo.
Interessante
vai ser ver como é que o BE vai olhar os Cidadãos por Coimbra (CpC) e se estes
estão disponíveis para um aggiornamento formal. É que há, por aqui, muita
política pura, muito ego e sede de protagonismo qb. Acresce, ainda, a dúvida sobre
o resultado da avaliação que os eleitores do CpC fazem do seu exercício no
atual mandato.
Já
só faltam nove meses e será um exercício interessante que cada um dos leitores
agarre no seu bloco e comece a tomar nota das ocorrências, tendo presente as
mais primárias ou sofisticadas operações de informação e contrainformação, e as
múltiplas sondagens, reais e fictícias, que aí vêm.
Lá
para o fim virão os programas eleitorais, devidamente embalados e enfeitados.
(Artigo
publicado na edição de 3 de Novembro, do Diário de Coimbra)
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