quinta-feira, 3 de novembro de 2016

EXPECTATIVAS AUTÁRQUICAS



Depois das eleições americanas, da aprovação do orçamento e enviados os votos de Boas Festas, entra-se, em força, nas eleições autárquicas do próximo ano. Vão ser nove meses de intensa atividade política para dar à luz um novo executivo e uma nova assembleia municipal, bem como novas assembleias de freguesia.

Vão ser meses de semear e de colher num terreno fértil de armadilhas e em que, antes do combate final entre os diversos protagonistas, haverá surpreendentes peripécias e “sangrentas escaramuças familiares”, cuja estratégia já está em desenvolvimento.

No que toca à batalha principal, a conquista da Câmara, podemos anotar, como ponto de partida, que há uma certeza: o candidato do PS será o Dr. Manuel Machado. Por aqui o jogo de intrigas e de golpes e contragolpes terá a ver com os restantes lugares da lista e com a tentativa de surpreender para combater o desinteresse inerente ao conhecimento que os eleitores têm do candidato.

O PSD, por seu lado, ambiciona um candidato surpresa, capaz de fazer esquecer o desaire da sua anterior gestão e da frágil oposição que realizou e pergunta-se sobre o mérito de uma aliança com um inexistente CDS. Tudo isto a ser jogado, obviamente, em Lisboa porque por aqui não parece que haja grande capacidade de entendimento.

O CDS angustia-se com a hipótese de não vir a ser requestado pelo PSD e ficar ainda mais perdido do que tem andado. Vai aguardar enquanto puder, na esperança de não ficar solteiro e indefeso, apresentando como dote os seus trunfos desportivos.

O PCP apresentar-se-á como CDU, como é dos livros, e apesar dos miados de certos gatos urbanos, tudo indica que apresentará o seu candidato, um contido protagonista, com a convicção de que o trabalho no terreno junto do seu fiel eleitorado voltará a dar-lhe um lugar no executivo.

Interessante vai ser ver como é que o BE vai olhar os Cidadãos por Coimbra (CpC) e se estes estão disponíveis para um aggiornamento formal. É que há, por aqui, muita política pura, muito ego e sede de protagonismo qb. Acresce, ainda, a dúvida sobre o resultado da avaliação que os eleitores do CpC fazem do seu exercício no atual mandato.

Já só faltam nove meses e será um exercício interessante que cada um dos leitores agarre no seu bloco e comece a tomar nota das ocorrências, tendo presente as mais primárias ou sofisticadas operações de informação e contrainformação, e as múltiplas sondagens, reais e fictícias, que aí vêm.  

Lá para o fim virão os programas eleitorais, devidamente embalados e enfeitados.   

(Artigo publicado na edição de 3 de Novembro, do Diário de Coimbra)

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