A actual campanha para as eleições presidências veio provar a afirmação de que não há perguntas embaraçosas, apenas respostas embaraçosas e isto é o que menos desejaríamos num contexto de enorme incerteza, dúvidas e confusões.
A campanha eleitoral deveria ser um momento de respostas claras perante perguntas difíceis e embaraçosas e não o contrário, dado que está em causa uma escolha e o estabelecimento de um contrato de confiança ao mais alto nível.
Mas não é isto que está a acontecer e, também aqui, o veneno da finança foi derramado levando a que qualquer que seja o resultado final possa ficar uma mancha na camisa do vencedor, seja porque ganhou apesar de, seja porque venceu graças a.
A força de um Presidente da República reside especialmente na sua integridade pessoal e política, que dão a garantia de que saberá sempre respeitar e honrar a Constituição - único programa político a que se submete - que vai jurar cumprir e fazer cumprir.
Sabemos das nuances que a leitura constitucional envolve e por isso também escolhemos leituras e acentuações diferenciadas mas, o que não pudemos aceitar, são dúvidas sobre a integridade dos candidatos, para mais alicerçadas em respostas embaraçosas ou na sua falta.
Não é justo acrescentar à crise económica que vivemos e a uma eventual crise social, uma crise política permanente, decorrente duma eleição em que o vencedor, apesar da legitimidade dos votos, arrasta a legitimidade da dúvida.
Que se esclareçam definitivamente todas as perguntas embaraçosas.
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