Como
resolver a questão europeia quando nos estamos a ver gregos com tanta confusão
e desinformação, e em que o único valor em causa é o dinheiro? Confesso que não
sei e estou cansado de não saber. Peço, imploro mesmo, a algum estadista, que
esteja em reflexão nalguma Cartuxa, que, por favor, apareça e que unja com uma
pitada de sabedoria os políticos europeus para que termine este eclipse de bom
senso e de esperança.
Enquanto
este sábio não aparece e num esforçado exercício de procura conclui que a
solução está na entrega do poder aos astrónomos. Tenho dos astrónomos uma
imagem de pessoas positivas, que fazem coisas por gosto e que, com os pés na
terra, têm os olhos virados para o céu.
Depois,
os astrónomos também me parecem pessoas felizes, que passam muito tempo em
silêncio, em profunda e metódica observação, à procura de respostas para a
compreensão do mistério da vida ao contrário de uma rapaziada que se compraz em
preconizar soluções de sofrimento e morte. Além disso não me parece que
profissionalmente os astrónomos façam mais ou menos investigação em função dos
dividendos que possam obter. Não acredito que recebam mais por uma galáxia do
que por um planeta anão.
Aliás,
os próprios planetas anões implicam uma candidatura, como é o caso dos dois objetos
transneptunianos, que têm a designação provisória de 2013 FY27 e 2013 FZ27 e
que ainda não passam de candidatos a planetas anões.
Pois
é, os astrónomos não brincam em serviço, querem certezas certas e não se deixam
enganar com brilhos ou trajetórias ilusórias. Também são eles que sabem
distinguir, com meridiana certeza, um meteorito de um planeta ou de um
satélite.
Considerem,
portanto, como estas capacidades de identificação seriam importantes na observação
dos políticos que nos aparecem sob os mais diversos disfarces, com santas
auras, grávidos de frases sonoras, de posturas majestáticas e de impecáveis
gravatas, devidamente orientadas por empresas de marketing, e os dissabores que
nos evitariam.
Se
os líderes europeus fossem astrónomos não teríamos seguramente de suportar esta
enxurrada diária de disparates, fruto de quem parece apenas conhecer a
constelação do caranguejo e se orienta pelos signos do zodíaco.
Mais.
Pensem quem é que verdadeiramente percebe de buracos negros. Obviamente os
astrónomos. E não será que neste momento não estamos na Europa perante um
enorme buraco negro económico, social e político!?
Por
tudo isto: astrónomos ao poder, já!
(Artigo
publicado na edição de 2 de julho, do Diário de Coimbra)
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